Copa e Olimpíada
Guiado por Santana, Duko cheira freneticamente o carro à sua frente e para assim que fareja o explosivo. Sentado, cabeça imóvel, balança o rabo até receber a recompensa: um tubo de pano, brinquedo predileto dos cães da PF.
Duko, 2, faz busca por explosivos em simulação na Polícia Federal, em Brasília | ||
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Duko é da leva comprada pelo governo de olho na Copa-2014 e na Rio-2016.
Em 2011, 40 cães devem ser trazidos de EUA e Europa, ao custo médio de US$ 6.000 (quase R$ 9.900) cada um.
Até 2014, a PF quer treinar e distribuir pelo país 120 farejadores de drogas e 80 de explosivos. Em média, os cães trabalham durante sete ou oito anos.
A matilha federal foi reforçada com quatro animais na semana passada. Uma nova missão do governo brasileiro está nos EUA, visitando canis especializados em animais para polícias, com o objetivo de trazer outros dez cães.
Quando chegam ao Brasil, com idades entre um e dois anos, os cães passam por um pré-treinamento. Em dois meses, passam por um novo treinamento, dessa vez ao lado do policial que será responsável pelo cachorro.
Entre os pré-requisitos, os animais devem ser fortes, com disposição para trabalhar e dóceis. "Não pode ser um cão agressivo, porque ele trabalha no meio das pessoas. É muito diferente do cachorro da Polícia Militar, que trabalha com contenção", declarou Santana, policial do canil, localizado em Brasília.
A pré-disposição a doenças também é afastada. O cão passa até por raio-X.
Segundo Santana, os pré-requisitos fazem com que o aproveitamento de uma ninhada comum seja pequeno e compense comprar cachorros selecionados no exterior.
O adestramento é feito em língua estrangeira. O alemão é usado com frequência. Assim, evita-se que um cachorro muito obediente atenda comandos de qualquer um.
O treinamento consiste em associar o brinquedo de pano com o cheiro de explosivo ou de drogas. O tubo de pano é posto ao lado desses alvos até que o cachorro associe um ao outro. Os cães aprendem a farejar pessoas, algo incomum em outros países.
Santana diz que, quando a varredura não acha bombas ou drogas, os policiais escondem amostras dos itens em outro local, para que o cão ganhe a recompensa.
Não há diferença de habilidade entre machos e fêmeas, mas um detalhe. "A fêmea no cio trabalha muito bem, mas o macho pode querer não trabalhar", conta o policial.
JOHANNA NUBLAT
Fonte: Folha de São Paulo
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