segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Onda de violência derruba cúpula

Mudanças.

A maior taxa de homicídios da história em Goiânia e em todo o Estado, déficit de quase cinco mil servidores, delegacias com 300 detentos que deveriam estar no Sistema Prisional, baixo investimento, policiais civis e militares sem equipamentos necessários e sentimento de insegurança na população. É esta a situação em que a nova delegada-geral da PC, Adriana Accorsi, o novo comandante-geral da PM, coronel Edson Costa Araújo, e o novo presidente da Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agsep), Edemundo Dias, assumiram seus cargos na manhã de ontem. Edemundo substitui Edílson de Brito, que fica sem cargo. O mesmo ocorre com o ex-comandante-geral da PM, Raimundo Nonato Sobrinho.

No meio da tarde, a Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) registrava 440 homicídios na capital. O ano mais violento, até então, era 2008, quando atingiu 443 assassinatos. Em todo o Estado, já foram contabilizados 1.557 homicídios até ontem, número maior que os 1.421 de todo o ano de 2010. Números de crimes até novembro deste ano são maiores do que em todo o ano passado, apesar de ainda faltar mais de um mês para o término do ano. 

Este é apenas o primeiro grande desafio dos novos integrantes da Segurança Pública. O segundo tem relação direta com o aumento da criminalidade, já que a alta do número de presos deixou as cadeias superlotadas. O déficit de vagas no Sistema Prisional goiano já chegou a cinco mil vagas. As cadeias guardam hoje cerca de 300 presos que já deveriam estar na Casa de Prisão Provisória (CPP). Nos 76 presídios do Estado, há 12 mil detentos e mil estão sob a tutela da PC ou da PM.

Os prejuízos ocorrem, também, pela falta de pessoal e de estrutura. De acordo com o Anuário Brasileiro da Segurança Pública, divulgado esta semana, o investimento na área caiu entre 2009 e 2010. Em policiamento, o decréscimo foi de 15,10%, em defesa civil, 0,12%, mas nada comparável à queda de 72,89% em informação e inteligência. Apenas na PC, se considerada a lei orgânica da pasta, há a falta de três mil policiais, 159 delegados, 1.082 agentes e 949 escrivães. Há ausência de aparelhagem nas delegacias e nos batalhões, tanto em relação a armas quanto a coletes.

Missão
Apesar de tudo isso, a nova delegada-geral, Adriana Accorsi, diz que o cargo é o sonho de todo policial civil e uma missão da qual ela não poderia recuar. Ela é a primeira mulher a assumir a função. Por volta das 19 horas da noite de quinta-feira, Adriana foi chamada ao escritório do secretário João Furtado de Mendonça Neto. Ele lhe disse que precisava urgentemente de seus serviços, pois o ex-delegado-geral, Edemundo Dias, aceitara presidir a Agsep e o cargo na PC não poderia ficar vago. Não houve nem tempo de pensar. Na manhã de ontem, por volta das 10 horas, foi a vez do ex-superintendente da Polícia Judiciária Álvaro Cássio ir até a sala de Furtado e aceitar o cargo de delegado-geral adjunto.
Vandré Abreu
Fonte: Jornal O Hoje

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