O material abaixo é parte do Artigo Científico sobre Homicídios apresentado por este Oficial em 2008 na conclusão da Pós-Graduação em Estudos de Política e Estratégia da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra - ADESG/GO, pelo Centro Universitário de Goiás: Uni-Anhanguera.
1.1 Causas
Sociais das Mortes no Brasil
Numa dada população, a expectativa de vida é o número médio
de anos que um indivíduo pode esperar viver, se submetido, desde o nascimento,
às taxas de mortalidades observadas no momento (ano de observação). É calculada
tendo em conta, além dos nascimentos e obituários, o acesso à saúde, educação,
cultura e lazer, bem como a violência, criminalidade, poluição e situação
econômica do lugar em questão.
1.1.1
Pobreza
Segundo
o Instituto de Política Econômica Aplicada (IPEA, 2005), 53,9 milhões de
brasileiros são pobres, isso equivale a 31,7% da população. Informa ainda o
Instituto que 21,9 milhões dessa população são muito pobres, ou 12,9% dos
brasileiros. Isso significa que quatro em cada dez brasileiros vivem em miséria
absoluta. Entre as 130 Nações que medem a distribuição de renda, o Brasil é o
penúltimo colocado, só ganha de Serra Leoa.
Nesse
estudo verificou-se que o trabalho infantil no Brasil ainda é uma realidade.
Crianças de 06 a 14 anos trabalham como se fossem adultos. As taxas mais altas
foram encontradas no Estado do Piauí, onde 19,9% da população no mercado de
trabalho estava nessa faixa etária. No Distrito Federal foram encontradas as
menores taxas, 2,8% da população.
1.1.2
Saúde
Dados do
IPEA confirmam que a taxa de mortalidade
infantil no Brasil é altíssima, de cada 1.000 crianças que nascem 25 falecem.
Na adolescência, de cada 100.000 pessoas 71,7 são mortas pela violência ou por
acidentes de trânsito. Na fase adulta, o câncer mata 72,2 de cada grupo de 100.000
brasileiros e, concluindo essa seleção “natural”, na velhice, de cada grupo de
100.000 pessoas 151,7 falecem por doenças cardíacas.
2.1.3
Educação
Quanto à
educação, o IPEA informa que 14,6 milhões de brasileiros são analfabetos, isto
equivale a 11,6% da população, sendo que 9,6 milhões de analfabetos moram nas
cidades. O racismo ocorre até neste momento, uma vez que dos analfabetos 12,9%
são negros e 5,7% são brancos, mesmo a segunda população sendo bem superior que
a primeira.
1.2
Causas Criminais das Mortes no Brasil
Desde as primeiras civilizações, ao cunhar
a lei, esteve presente um dos seus objetivos primordiais, que é o de limitar e
regular o procedimento das pessoas diante de condutas amplamente consideradas
como nocivas e reprováveis. Um dos escritos mais antigos é o Código Sumeriano,
no qual se encontram arrolados 32 artigos, sendo preconizados nesses, delitos e
penas. O Código de Hamurabi, que é uma compilação maior e posterior, adota a
chamada Lei de Talião ou a conhecida regra olho por olho, dente por dente.
1.2.1
Diferenças Brasileiras
Segundo Beato (2005) 50% das mortes violentas no globo terrestre são causadas por suicídios, 30% por homicídios, 18% por guerras e 2% são oriundas de outras causas. No Brasil, diferentemente dos dados mundiais, as causas principais de mortes são os homicídios (38,8%), seguidos pelos acidentes de trânsito (25,3%), outros acidentes (19,8%), por causas indeterminadas (10,2%) e suicídios (5,8%).
A taxa
de homicídios no Brasil em 1980 era de 11,4 para cada grupo de 100.000
habitantes, em 2003 foi constatado que essa mesma taxa já era de 29,1 para o
mesmo grupo. Dentre as regiões metropolitanas, constatou-se que as mais
violentas são as de Vitória-ES (78,2), Recife-PE (76,7), Rio de Janeiro-RJ
(62,6), Maceió-RN (56,9) e São Paulo-SP (51,7).
A
pesquisa destoa o Brasil, no tocante à criminalidade, dos outros países. As
taxas de suicídios são muito altas no hemisfério norte, principalmente nos
países mais desenvolvidos, enquanto que as taxas de homicídios são altíssimas
no hemisfério sul, principalmente nos países da América do Sul, com destaque
para o Brasil.
Os
índices ora apresentados, oriundos de diversas fontes sobre criminalidade e
desenvolvimento social, demonstram que o excesso de bens de consumo e o alto
poder aquisitivo de uma determinada população (países ricos), provoca nesta, a
perda pelo valor da própria vida (suicídios). Verifica-se ainda que, em
determinada população (países pobres e/ou em desenvolvimento), a falta de bens
de consumo e o baixo poder aquisitivo provoca a perda do valor pela vida dos
outros (homicídios).
1.3 Homicídios
Homicídio é um tipo de crime, a palavra vem do latim “hominis
excidium”, consiste no ato de uma pessoa matar outra. É um crime
instantâneo de efeitos permanentes, consumando-se com a parada encefálica
irreversível da vítima.
1.3.1
O que é Homicídios
Segundo o Código Penal, o ato de tirar a vida alheia é
considerado um crime contra a vida; na legislação brasileira, denominado como
homicídio.
Homicídio é um crime que, para sua consumação, exige a morte
da vítima, ou seja, a agressão à vida humana. Em termos modernos, Homicídio é a
destruição culpável e antijurídica da vida de um homem por outro homem. Objeto
jurídico tutelado é a vida humana, considerada nas relações entre as pessoas.
(RAMOS; LIMA, 2006, p.1).
1.3.2
Onde Ocorrem os Homicídios
Verificou Beato (2005) que
45,9% dos homicídios ocorrem em via pública; 23,2% na casa da vítima; 9,0% nos
bares; 5,6% em locais ermos; 5,2% em estabelecimentos comerciais; 4,7% na casa
do agressor; 3,9% não é informado o local; 2,1% em celas de cadeias ou
presídios e 0,4% ocorre em outros locais.
Demonstram os dados que, a
localização do crime facilita sua prevenção. No caso concreto, homicídio, fica
estabelecido que o mesmo ocorre em vias públicas, nas proximidades das casas
das vítimas e/ou autores, após esses saírem de bares e/ou outros
estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas.
2.3.3 Quando Ocorrem os Homicídios
Os homicídios ocorrem
quando há aglomeração de pessoas, quer seja em via pública ou estabelecimentos
comerciais; nesses locais, os riscos de ocorrer um crime contra a vida aumentam
de forma considerável.
Conforme Beato (2005),
73,7% ocorrem entre as 19 horas de sexta-feira e 01 hora da segunda-feira.
Confirma-se assim que o crime de homicídio é um típico crime de final de
semana. Coincidentemente, de forma deplorável, são nos finais de semana,
principalmente no período noturno, que são reduzidas as equipes de médicos nos
hospitais, de policiais nos policiamentos ostensivos (viaturas nas ruas) e de
plantonistas nas delegacias para autuar os criminosos.
2.3.4 Como Ocorrem os Homicídios
Beato (2005) confirma que
62,7% dos homicídios ocorrem com a utilização de armas de fogo (revólveres,
pistolas e espingardas); 19,3% com armas brancas (canivetes, punhais, facas,
facões e foices) e 18% com outros tipos de armas.
Armas são instrumentos
inventados pelo homem para se proteger dos animais, posteriormente para se
proteger de outros homens, mais recente para resolver problemas políticos
(guerras) e, atualmente, para tirar a vida de qualquer ser vivo.
Em recente campanha de
desarmamento, o Governo Federal retirou de circulação mais de 500.000 armas de
fogo, o que ocasionou uma redução imediata de homicídios nas regiões
metropolitanas dos grandes centros urbanos.
A redução dos homicídios
nas grandes cidades, proporcionou que, pela primeira vez, fosse observado e
estudado um dado que estava obscuro nas taxas criminais, o aumento dos crimes
contra a vida no interior do país.
Esses novos números inflacionaram
as taxas brasileiras, transformando os rincões em zonas de guerras. Antes
modelos de locais pacatos com ótima qualidade de vida, as cidades do interior
transformaram-se em locais perigosos.
Verifica-se que as
abordagens tradicionais implementadas nos grandes centros não alcançaram êxito
nas pequenas cidades do interior do país. Nota-se ainda que o porte de armas
irregular é uma verdade no interior e, a falta de estrutura do poder público
(polícia) em todos os municípios, obriga os moradores dessas localidades a se
armarem como questão de sobrevivência.
2.3.5 Teoria da Oportunidade
Segundo Cohen e Felson
(1979), o crime não ocorre aleatoriamente no tempo e no espaço, tem uma razão e
um padrão. Os crimes de tentativa de homicídio, homicídio e suicídio têm
janelas, que são impulsos destrutivos e/ou vingativos que não duram para
sempre. Durante esse período, o acesso a armas de fogo multiplica o risco de
morte. Passado o momento de fúria e/ou desespero, o impulso suicida ou homicida
se reduz ou, até mesmo, acaba.
Essa teoria apresenta o
crime contra a vida como a ausência da razão, esse momento pode ser evitado com
o fechamento das janelas, evitando o acesso às drogas lícitas e/ou ilícitas por
pessoas armadas em momento de fúria.
2.3.6 Estatísticas
Segundo a UNESCO, de 60
países analisados, em apenas 06 o número de homicídios é superior ao número de
mortes por acidentes de trânsito, dentre esses está o Brasil e mais três países
da América Latina. Em 49 desses países, o número de suicídios é superior ao
número de homicídios; dentre as exceções está o Brasil e mais sete países da
América Latina. A América Latina é a região onde mais ocorrem homicídios no
planeta: 30 mortes para cada grupo de 100.000 pessoas ao ano, o triplo da média
mundial.
Dados do PNUD (2007)
informam que, com 2,8% da população mundial, o Brasil responde por 11% de todos
os homicídios do planeta. É o 2º país que mais mata utilizando armas de fogo,
3º em homicídios contra jovens e 4º colocado em homicídios no geral. O Brasil é
o 3º mais violento da América Latina, perdendo somente para a Colômbia e
Venezuela.
Ressalta-se que esses dois
países sul-americanos vivenciam momentos distintos do Brasil, enquanto que o
narcotráfico, as guerrilhas, os paramilitares e as milícias dominam o dia a dia
na Colômbia e na Venezuela, no Brasil o problema maior são as desigualdades
sociais.
Verificou
também o PNUD, que ocorrem no Brasil 27 homicídios ao ano para cada grupo de
100.000 habitantes. As vítimas são jovens, possuem entre 20 e 24 anos, 65 homicídios
para cada grupo de 100.000 habitantes. Constatou-se ainda que 20% da população
jovem não trabalha e nem estuda. Nos últimos 10 anos cresceram 63% o número de
vítimas entre 14 e 17 anos. A maioria das vítimas de homicídios no Brasil é da
raça negra, 73% a mais que a população branca vitimada.
O
racismo contra a população negra destaca-se nos dados acima, contudo, as taxas
de homicídios apresentam outros autores, como os pobres, os analfabetos e os
jovens. Esses últimos são as maiores vítimas.
Qual será o futuro de um
país que elimina sua mão de obra no momento de maior produção dela? A
estagnação. O problema da criminalidade brasileira deixará de ser social e
tornará um desafio econômico. No futuro, como os Estados Unidos, o Brasil terá
que importar imigrantes para o serviço braçal. Ressalta-se que os norte
americanos permitem a entrada de imigrantes devido ao envelhecimento da sua
população e não pela sua ausência, como será o caso brasileiro.
1.4 Mapas
da Violência
O termo violência deriva do latim “violentia”, que
significa força, vigor. Atualmente é conceituado como um comportamento que
causa dano à outra pessoa, ser vivo ou objeto.
1.4.1
Homicídios no Planeta
a)
Tabela 01
HOMICÍDIOS NO PLANETA PARA CADA GRUPO DE 100.000 HABITANTES |
|
INGLATERRA
|
0,1
|
JAPÃO
|
0,6
|
FRANÇA
|
0,8
|
PORTUGAL
|
1,6
|
PERU
|
1,7
|
ITÁLIA
|
1,9
|
CHILE
|
5,4
|
URUGUAI
|
5,5
|
EUA
|
6,0
|
ARGENTINA
|
7,3
|
MÉXICO
|
9,9
|
Fonte: Organização Mundial de Saúde – OMS (2007)
b)
Tabela 02
HOMICÍDIOS NO PLANETA PARA CADA
GRUPO DE 100.000 HABITANTES
|
|
COLÔMBIA
|
57,4
|
VENEZUELA
|
29,5
|
RÚSSIA
|
27,3
|
BRASIL
|
27,0
|
BELIZE
|
22,5
|
BAHAMAS
|
20,8
|
PORTO RICO
|
19,9
|
SANTA LÚCIA
|
17,7
|
CASAQUISTÃO
|
14,8
|
EQUADOR
|
13,7
|
Fonte: Organização
Mundial de Saúde – OMS (2007)
c)
Tabela 03
HOMICÍDIOS NO BRASIL PARA CADA GRUPO DE 100.000 HABITANTES
(12 PIORES ESTADOS)
|
|
PERNAMBUCO
|
50,7
|
ESPÍRITO SANTO
|
49,4
|
RIO DE JANEIRO
|
49,2
|
RONDÔNIA
|
38,0
|
DISTRITO
FEDERAL
|
36,5
|
ALAGOAS
|
35,1
|
MATO GROSSO
|
32,1
|
AMAPÁ
|
31,3
|
MATO GROSSO DO
SUL
|
29,6
|
SÃO PAULO
|
28,6
|
PARANÁ
|
28,1
|
GOIÁS
|
26,4
|
Fonte: Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP
(2007)
Verifica-se nos dados da tabela 01 que as taxas de homicídios nesses
países são bastante reduzidas, quando comparadas com as taxas dos países da
tabela 02. Nota-se ainda que é possível a existência de taxas reduzidas de
homicídios nos países sul americanos, conforme a presença de alguns desses na
tabela 01.
Conforme a tabela 02, as taxas de homicídios estão concentradas na
América do Sul, Caribe e nos países da antiga União Soviética.
Na tabela 03, os dados demonstram que as taxas de homicídios no Brasil
estão concentradas em algumas regiões do Nordeste, mais precisamente em dois
Estados (Pernambuco e Alagoas), na região conhecida como triângulo da maconha;
Sudeste, quase todos os Estados, com exceção de Minas Gerais; Norte,
especificamente em Rondônia e Amapá; Centro-Oeste, em todos os Estados e em
apenas um Estado do Sul, Paraná.
2.4.2 Criminalidade na Fronteira
As
fronteiras são locais violentos, no Brasil e em outros países. Segundo a
Organização dos Estados Ibero-Americanos - OEIA (2005), baseando-se nas taxas
médias de homicídios de 1994 a 2004:
a)
Nos municípios fronteiriços as taxas de homicídios são
de 17,7 para cada grupo de 100.000 habitantes;
b)
Nos municípios que não estão nas fronteiras, mas que
estão em Estados fronteiriços, as taxas de homicídios são de 14,1 para cada
grupo de 100.000 habitantes;
c)
Nos municípios em que os Estados não fazem
fronteiras com outros países, as taxas são de 11,2 homicídios para cada grupo
de 100.000 habitantes.
Confirma a OEIA, que a criminalidade no Estado
de Goiás, conforme Tabela 03 do tópico anterior, está muito acima do ideal,
pois enquanto apresenta 26,4 homicídios para cada grupo de 100.000 habitantes
deveria apresentar no máximo 11,2 para o mesmo grupo.
2.4.3 Criminalidade no Interior
A
OEIA (2005) confirma ainda que 72% dos homicídios ocorridos no Brasil, entre
2002 e 2004, ocorreram em 10% dos municípios. Dos 10 municípios com maiores
taxas de homicídios no Brasil, 06 estão localizados no Centro-Oeste. Até 1999, as
taxas de homicídios cresciam entre 5% e 6% ao ano nas capitais e regiões
metropolitanas. Desde então, estagnou e começou a crescer no interior.
Conforme
os dados, o crime de homicídios está localizado no litoral, no caso brasileiro,
mas suas taxas estão deslocando para o interior e fronteiras territoriais do
país. A nova fronteira do Brasil, o Centro-Oeste, assumirá em breve o título de
campeão nacional de homicídios, com destaque negativo nesse título para o
Estado de Goiás.
2.5 Caso Colômbia
A Colômbia já foi o país mais violento da América do Sul, um dos mais
violentos do planeta. Essa situação só melhorou após a implementação do
Programa Zanahoria.
O programa Zanahoria foi um movimento social na cidade de Bogotá, onde cartões cidadãos
(cartolinas com o sinal positivo de um lado e o sinal negativo de outro,
demonstrados com a mão) foram distribuídos, visando colocar a população para
fiscalizar as regras de trânsito; artistas circenses foram contratados para
realizar mímica nas faixas de trânsito, principalmente sobre as faixas de
pedestres, educando a população pelo exemplo.
Boletins de
violência e delinqüência foram instituídos nas delegacias, tornando as
transgressões simples como fatos criminosos mensuráveis; foi proibida a venda
de bebidas alcoólicas na periferia, principalmente no período noturno dos
finais de semana; buscas rotineiras por armas de fogo foram implementadas nas
regiões periféricas e o desarmamento voluntário foi incentivado com o pagamento
pelas armas recebidas.
Palestras
sobre criminalidade transformaram-se em rotina nos colégios (públicos e
privados), nas igrejas, clubes e centros comunitários, são os policiais formadores de opinião nas
escolas de segurança cidadã; veículos conduzindo juízes, promotores e
auxiliares transitam pelas ruas, resolvendo os problemas legais simples de
forma rápida e eficaz; policiais foram deslocados para o patrulhamento a pé, na
periferia, aproximando a segurança do segurado, dentro da filosofia do
policiamento comunitário.
Jovens envolvidos com drogas e
violência são agraciados com, no mínimo, três “padrinhos” (padres,
comerciantes, moradores idosos, policiais, comerciantes, outros), que tem a
missão de acompanhar diariamente o processo de socialização do jovem; processos
de renovação urbana (esgoto, asfalto, calçada, praças) nas favelas e periferias
modificaram a paisagem dos bairros pobres.
Como resultados dessas medidas houve
redução da taxa de mortalidade anual por homicídio, de 80 (1993) para 18 (2006)
mortes para cada grupo de 100.000 pessoas; mais de 30% de redução no número de
crianças lesionadas com pólvora durante a época do natal; redução de 20% da
taxa anual de homicídios culposos por acidentes de trânsito, de 25 para 20
mortes para cada grupo de 100.000 habitantes; respeito das faixas por pedestres
e motoristas; uso do cinto de segurança por mais de 60% dos motoristas; exemplo
esse que foi seguido por diversas cidades, principalmente no tocante à
proibição do consumo de bebidas alcoólicas.
Notam-se, nas medidas adotadas e
resultados alcançados pela cidade de Bogotá, que o crime de homicídios evolui
com facilidade nos bairros pobres das grandes cidades do terceiro mundo,
trazendo consigo uma gama de conseqüências nefastas para a população local e
região.
A solução encontrada para
Bogotá não tem nada de secreto ou de difícil aplicação, conforme o estudo
demonstra, são programas de integração social de uma parcela da população
abandonada à própria sorte às margens da sociedade, ou marginalizada.
Homicídios devem e podem ser reduzidos
também no Brasil. Abandonar o tema lembra uma ação da Rainha Vitória da
Inglaterra no Séc. XIX quando, ao ter um dos seus diplomatas humilhado por um
governante da Bolívia, pegou o mapa e riscou aquele país dizendo aos presentes:
“A Bolívia não existe!”. Fazer o mesmo quanto às mortes violentas no Brasil é
fácil, basta os nossos governantes afirmarem: “Homicídios não existem!”.
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