sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

EUA: Associação Nacional de Rifles propõe policiais armados em escolas


Após massacre de Connecticut, americanos reabriram debate sobre uso de armas


Mulher interrompeu discurso, colocando-se em frente das câmeras com cartaz, dizendo ‘a NRA tem sangue nas mãos’
Foto: ALEX WONG / AFP
Mulher interrompeu discurso, colocando-se em frente das câmeras com cartaz, dizendo ‘a NRA tem sangue nas mãos’ ALEX WONG / AFP
WASHINGTON - A Associação Nacional de Rifles (NRA, na sigla em inglês) rebateu nesta sexta-feira as críticas sobre o uso de armas nos EUA, um debate que foi reaberto após o massacre em Connecticut, onde 26 pessoas morreram numa escola infantil na última sexta-feira. Em comunicado, o vice-presidente da associação, Wayne LaPierre, acusou opositores de fazerem uso político da chacina e instou o governo a colocar policiais armados em todas as escolas do país.
- Peço ao Congresso hoje para agir imediatamente para resolver o que for necessário para colocar policiais armados em todas escolas dos EUA - disse LaPierre. - A única coisa que impede um homem mau com uma arma é um homem bom com uma arma.
LaPierre acusou o governo, ao aprovar as escolas como zonas livres de armas, de deixar os cidadãos americanos vulneráveis, desprotegidos e sem defesa. O vice-presidente disse que a associação vai usar seus recursos para desenvolver um modelo nacional para proteger instituições de ensino.
- Não podemos perder tempo debatendo legislação que não vai funcionar. Não podemos deixar política e preconceito nos impedirem de agir - disse LaPierre.
Após o discurso de LaPierre, foi a vez do ex-congressista Asa Hutchinson falar. Ele foi o escolhido para liderar o programa da NRA para proteger as escolas. Hutchinson liderou a DEA, a agência antidrogas americana, e foi lobista da Fortress America Acquisition Corporation, uma empresa que atua no ramo de segurança doméstica nos EUA
- Equipes de segurança armadas, treinadas e qualificadas serão um elemento do plano, mas de forma alguma o único elemento - disse Hutchinson.
Houve dois protestos durante o pronunciamento de Wayne LaPierre. No primeiro, uma pessoa entrou na frente das câmaras acusando a NRA de matar crianças. No segundo, uma mulher carregava um cartaz dizendo que a associação tinha "sangue nas mãos".

Fonte: O Globo

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Salve Geral - Goiás na mira do PCC




"Carpa no braço de presidiário goiano representa grupo criminoso: "sem remorso e livre de culpas dos crimes realizados" FOTO: PM-GO"



Os ataques constantes em São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina tendem a acontecer também em Goiás. A chefia da Segurança Pública nega ter conhecimento da existência de membros da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no Estado, mas a reportagem do Diário da Manhã conseguiu, com exclusividade, provas que sustentam o contrário. Ramificações do grupo criminoso agem de dentro e fora de presídios e recebem determinações dos “maiorais”, diretamente de São Paulo e outros grandes centros, onde a criminalidade está enfraquecida por conta de reforço da segurança local.

Um “Salve Geral” já foi dado. A gíria é interna e comumente usada em grupos criminosos como PCC, Comando Vermelho e outros, para descrever algum tipo de comunicado interno. Em Goiás, foram ordenados ataques a taxistas, policiais, ônibus e veículos particulares. Os ataques já foram iniciados. Na noite de ontem, um ex-policial militar foi morto na porta de um bar do Setor Nova Esperança, em Goiânia. Além disso, uma delegacia especializada foi alvo de disparos de tiros e houve a tentativa de atear fogo a um ônibus do transporte coletivo.

A Segurança Pública de Goiás está em estado de alerta, mas nega ter conhecimento da existência do “Salve Geral”. Mesmo assim, ontem pela manhã, policiais foram orientados a reforçar a segurança pessoal e de seus familiares. Essa foi a forma encontrada pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC) para evitar que militares se tornem alvos de ataques.

POLICIAL DA RESERVA É ASSASSINADO

O policial da reserva Antônio Manuel Camilo de Oliveira, tenente Camilo, foi assassinado na noite de quarta-feira, 21. O militar estava acompanhado de seu filho, de 21 anos, quando dois sujeitos abordaram todos que estavam em um recinto. O policial, mesmo alvejado, baleou e matou um dos meliantes, que estava com documentos falsos, mas foi identificado posteriormente como Reinaldo Cesar da Serra, de 29 anos.

Reinaldo era integrante do PCC e estava em companhia de um comparsa, que fugiu. Ele tinha passagens por roubo, furto, formação de quadrilha e outros, além de um mandado de prisão em aberto. Ele foi flagrado de rosto tapado em imagens de um supermercado do Setor Eliforte, na Região Sudoeste de Goiânia, no dia 1º de outubro deste ano. Ele portava um fuzil AK-47, de fabricação russa. Reinaldo e mais três suspeitos explodiram um caixa eletrônico e fugiram usando um Gol de cor cinza.

Reinaldo ainda integrava uma quadrilha considerada como ramificação do PCC, em Goiânia, em que cometia grandes roubos na Capital. A gerência dessa organização criminosa fica no Jardim Guanabara e é investigada por agentes da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Ainda ontem, segundo fontes do DM, um sujeito que se identificou como familiar de Reinaldo foi até o Instituto Médico Legal de Goiânia reconhecer o cadáver. Ele só não imaginava que dois agentes da Deic estivessem de tocaia,  aguardando quem fosse reconhecer o membro do PCC. O homem não foi identificado pelos policiais, para não atrapalhar as investigações. Ele estava com documentação falsa. Após descoberta sua verdadeira identidade, também se confirmou que ele participa da organização criminosa paulistana.

O policial assassinado foi velado e sepultado no Cemitério Jardim do Cerrado, em Goiânia, ainda ontem. "Acreditamos que existem várias hipóteses para esse crime. A Polícia Civil tem competência para descobrir o que realmente aconteceu. O militar teria se envolvido em uma discussão de trânsito antes de ser morto, mas não sabemos se existe ligação", disse o comandante de Policiamento da Capital, coronel Márcio Queiroz.

POLÍCIA EM ALERTA

Os policiais militares receberam a determinação do coronel Queiroz para que reforçassem a segurança pessoal e de seus familiares. “É uma medida preventiva. Ainda não conseguimos confirmação de um ‘Salve Geral’, mas medidas preventivas já são tomadas para que militares não sejam presas desses atentados”, relata o militar, que toma diariamente cautela com a própria segurança. “Eu mesmo não entro em casa de costas virada para a rua e observo bem quem está na rua de casa. Se houver alguém, dou a volta no quarteirão”, revela Queiroz.

Os militares, que têm dito estar “desmoralizados pelo Estado e pela sociedade”, se protegem  como podem. Conforme o deputado estadual pelo PRB Major Araújo, existem constantes ameaças contra a tropa, que deve permanecer em alerta e pronta para agir e defender sua integridade física. “Essas várias ameaças não haviam se concretizado, mas após o ataque ao policial da reserva, por um integrante do PCC, e o atentado à delegacia, temos que rever, considerar o que acontece e buscar providências de segurança”, diz.

A delegada-geral da Polícia Civil de Goiás, Adriana Accorsi, revela ter recebido uma mensagem de policiais mineiros orientando que uma mensagem foi interceptada de um presidiário de Uberlândia para Goiás. “Foi uma carta em que descrevia haver possíveis ataques a policiais de Goiás, com a existência de uma possível lista de assassináveis”, relata Accorsi, que, mesmo negando conhecimento da existência do ‘Salve  Geral’, ressalta que toda a Polícia Civil está em alerta máximo.

Queiroz acredita que o crime se interioriza e não descarta hipótese de que integrantes do PCC possam chegar até territórios goianos. “O crime se interioriza e isso não podemos negar. Se nos grandes centros houver uma maior intensificação de segurança, os bandidos buscam correr para o interior do Brasil. Se existirem ataques a Goiás, é isso que aconteceu.”

DEPAI SOFRE DOIS ATENTADOS EM UM MÊS

A Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), no Jardim Goiás, foi alvo de atentado na madrugada de ontem, por volta da 1h15. Três tiros foram efetuados em direção à especializada. De acordo com a delegada titular, Nadir Cordeiro, este é o segundo atentado este mês. Um sujeito foi visto efetuando os tiros. A delegada acredita que os tiros não têm associação com organizações criminosas, mas sim aos menores presos pela delegacia por prática de delitos diversos.

O primeiro atentado ocorreu no dia 16 de novembro. Segundo a delegada, existem adolescentes apreendidos na especializada que são considerados de alta periculosidade e a Justiça ainda não determinou se eles devem ou não ser internados.

Nadir teme que haja mais ataques pelo afrouxamento de leis. "Do jeito que está, logo perderemos o controle da situação. Os menores infratores estão perdendo o medo das punições, precisamos rever isso rapidamente. Hoje, você conversa com um menor infrator, ele sorri e leva tudo na brincadeira, eles estão perdendo o medo”.

A respeito do atentado ocorrido na madrugada do dia 22, a delegada acredita que menores envolvidos com os crimes de arrastões, uma nova modalidade de roubo que vem assolando a comunidade goianiense, possam estar envolvidos. “Como dois deles foram liberados na semana passada e outro ficou por aqui, por ser mais perigoso, acredito que seus comparsas estão querendo nos intimidar com este tipo de atentado. Só que isso não nos assusta. Vamos continuar nossos serviços”, diz.

A delegada disse que este tipo de atentado que a Depai vem sofrendo não intimidará o trabalho da polícia. “É bater em ferro frio. Não intimida e jamais vai conseguir nos conter. Estamos cada vez mais firmes nos nossos propósitos. E não arredaremos um centímetro sequer. Vamos enfrentá-los e continuar apontando qual o caminho a ser seguido por eles”.

Peritos da Polícia Técnico Científica estiveram no local na manhã de ontem fazendo o levantamento do atentado. Os três tiros efetuados acertaram o muro de entrada do local. Segundo um dos peritos, tudo leva a crer que a arma usada foi um revólver de calibre 38 ou 32. Perguntada se o atentado foi um recado pessoal à delegada, ela respondeu: “que venham outros recados. Tenho um compromisso com a Polícia Civil.  Visto a camisa há 39 anos, e não vou retroceder agora”, disse. 

ÔNIBUS E O FOGO

Ainda na madrugada de ontem um ataque a um ônibus, na Região Sul da Capital, não saiu como os bandidos queriam. O líquido inflamável foi despejado no veículo e, em seguida, um homem tentou atear fogo, mas foi impedido por passageiros de uma linha do transporte urbano que transitava no Setor Pedro Ludovico, conforme diz o comandante do Policiamento da Capital, coronel Márcio Queiroz. “Ainda bem que o impediram antes que ele concluísse o atentado. O sujeito não chegou a atear fogo no ônibus, mas tentou. Não sabemos se ele é doente mental ou se tem mesmo alguma ligação com alguma organização criminosa.” 

Queiroz afirma ter recebido pedido de entidades responsáveis pelo transporte coletivo para que fosse intensificada a segurança nos ônibus. “Esse trabalho passa a ser realizado ainda amanhã (hoje).” (Colaborou Maurício Reis)

INTEGRANTES DO PCC SÃO PRESOS EM GOIÁS

A capa do DM de hoje traz a imagem de tatuagem de Robson Mendonça da Cruz, 29 anos. O suspeito é membro do PCC e estampa tatuagem de uma carpa – símbolo do grupo criminoso, segundo o qual aquele que a possui não sente remorso ou se arrepende de seus atos. A carpa só é tatuada em alguns representantes de diferentes regiões, os quais  para ser inseridos no PCC tiveram uma espécie de “batismo”, o que aconteceu com Robson em São Paulo.

Ele havia sido preso quando invadiu, com um carro, o 1º DP de Goiânia. Sua última prisão foi em Guapó, quando dois suspeitos de integrar uma quadrilha de roubo a bancos, constituída por integrantes do PCC, foram mortos em confronto. A prisão e apreensão foi realizada pelo Comando de Missões Especiais (CME), diluído, à época, responsável pelas investigações de grupos criminosos atuantes em Goiás. Após o encerramento dos serviços, a responsabilidade de apurar esses crimes ficou a cargo da Polícia Civil (PC).

Outro preso pelo Serviço de Inteligência da Polícia Militar foi Antônio Donizete Alves dos Santos, 33 anos, em Caldas Novas, em abril. Segundo informaram os policiais à época, ele é um dos líderes do PCC em Goiás e estava em conexão com outros criminosos do grupo em todo o País. O suspeito vivia há um ano na cidade e portava documentos falsos enquanto gerenciava um restaurante na região do Setor São José.

Donizete tem mais de 200 passagens pela polícia e havia nove mandados de prisão contra ele, expedidos por juízes de várias regiões do País. 

NOVEMBRO

Wagner Andrade Figueiredo, 30 anos, foi preso em flagrante após agredir a mãe, de 68 anos. Além de bater na idosa, o suspeito também tentou agredir o irmão mais velho e destruiu a casa da família no Setor Santa Tereza, em Goiânia. Ele estava sob efeito de crack e álcool, conforme disseram policiais no dia de sua prisão, pela Delegacia de Apoio à Mulher (Deam).

Wagner tinha mandado de prisão em aberto, expedido pela Justiça paulistana. Ele teria praticado o crime de roubo. A família confirmou que o suspeito tem envolvimento com outros crimes em São Paulo e já integrou  o PCC. Fugitivo do sistema penitenciário paulista, aproveitou o indulto do Dia dos Pais, em 2011, para se livrar das grades. A mãe do suspeito confirmou que o trouxe para Goiás, pois o filho sofria riscos em São Paulo.


Jairo Menezes


Fonte: Diário da Manhã

domingo, 4 de novembro de 2012

Guarda Florestal



Fim dos Batalhões Ambientais da PM?


A presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, representando o secretário estadual do ambiente, Carlos Minc, e o diretor de biodiversidade e áreas protegidas do Inea, André Ilha, vão receber nesta segunda-feira (05), às 9h30, no auditório da Fundação DER/RJ, os 220 guardas-parques contratados para atuar nos parques e reservas estaduais.

Com a entrada em ação dos guarda-parques, o Estado do Rio se torna o primeiro do país a contar com um contingente especializado para atuar nas unidades de conservação de proteção integral.
Os guarda-parques vão atuar na proteção da biodiversidade e do patrimônio histórico, arqueológico, paleontológico e espeleológico; na educação ambiental, prevenindo incêndios florestais e outras formas de agressão e, se necessário, fazendo o primeiro combate às ocorrências; Eles também vão garantir o cumprimento da legislação ambiental; fazer operações de busca e salvamento; dar suporte às atividades de pesquisa científica ou policiais; e orientar os visitantes sobre as normas de utilização e as características da unidade, entre outras funções.
Após a apresentação, os guarda-parques vão passar um período de adaptação nas unidades para as quais foram designados e, posteriormente, terão um treinamento adicional. Serão duas turmas de 110 integrantes que terão atividades na Estação Ecológica Estadual do Paraíso (Guapimirim e Cachoeiras de Macacu) e no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Teresópolis, Petrópolis, Magé e Guapimirim).
Os guarda-parques passaram por um processo de seleção pública e foram contratados por três anos, com possibilidade de renovação por mais dois. O processo de seleção incluiu provas teóricas e práticas, além de uma fase classificatória que levou em conta a formação anterior dos candidatos em itens como primeiros socorros e animais peçonhentos, além do conhecimento de línguas estrangeiras.

Fonte: Jornal do Brasil

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Sinais de Intervenção Federal em Goiás


18/09/12

Reunião extraordinária da Comissão de Direitos Humanos Federal, realizada em Goiânia-GO, a ministra Maria do Rosário, que preside o CDDPH, se disse "assustadíssima com a situação da segurança pública em Goiás”. 

A ministra informou também que "a decisão de fazer ou não uma intervenção federal na segurança pública de Goiás deve ocorrer em breve, em nova reunião do CDDPH”.


11/10/12

Anunciada troca do Secretário de Segurança Pública de Goiás.

Delegado da PF, Joaquim Cláudio Mesquita, é indicado pelo MJ para assumir a SSP-GO.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Facção deu ordem a criminosos para assassinar policiais em SP

Documentos em poder da polícia e do Ministério Público de São Paulo revelam que chefes da facção criminosa PCC deram ordens expressas para a matança de policiais e que desde 2011 se estruturam para esses ataques.

Major da PM vê risco de novos 'esquadrões da morte'
Há 'folclore' sobre facção, diz coronel da Polícia Militar

Um desses documentos, que funciona como espécie de ordem permanente para todos os integrantes, diz que policiais deverão ser assassinados toda vez que um criminoso for morto pela polícia.

"Se alguma vida for tirada pelos nossos inimigos, os integrantes do comando que estiverem cadastrados na quebrada do ocorrido deverão se unir e dar o mesmo tratamento. Vida se paga com vida, e sangue se paga com sangue."

Essa ordem, que integra um processo na Justiça, foi apreendida em dezembro de 2011 na casa do suspeito de ser um dos principais chefes do bando na Baixada Santistas. Cópias foram apreendidas em outras regiões de SP.

Só neste ano ao menos 75 policiais militares foram mortos --de janeiro a setembro do ano passado, foram 38. A suspeita é a de que parte desses crimes foi cometida por ordem da facção.

Conforme a Folha revelou nesta semana, com base em cerca de 400 documentos apreendidos pela polícia e Promotoria, a facção tem 1.343 integrantes cadastrados em 123 cidades de SP.

O governo paulista diz que as informações são uma "lenda" e que o número de criminosos da facção não passa de 40, quase todos traficantes e presos há tempos.

GUERRA

Nesses mesmos papéis há comunicados produzidos entre setembro e outubro de 2011 em que os criminosos discutem o que fazer com policiais civis de São Paulo.

Um membro da cúpula do PCC diz: "Não é hora de entrar em guerra com a [polícia] Civil, pois já estamos numa guerra com a militar, onde nós estamos perdendo vários malandros na covardia."

E segue: "Vamos nos fortalecer, organizar nossa família, no setor financeiro, progresso [droga], depois a sintonia das quebradas. Quando estivermos prontos para reação, aí iremos para ação, com inteligência, sem chance de defesa pra eles."

Nesses documentos aos quais a Folha teve acesso, os criminosos relatam uma série de baixas sofridas pela facção, várias atribuídas à Rota, a tropa de elite da PM.

"Estamos passando a pior fase. Tá a maior covardia dos vermes da 'R' [Rota]. Tão tirando a vida de vários malandros da hora. Tão chegando muito rápido e não estamos conseguindo descolar de onde estão vindo", diz trecho de relatório assinado com Érick.

A Promotoria acredita tratar-se de Érick Machado Santos, o Rick, considerado um dos principais chefes da facção criminosa em liberdade.




ROGÉRIO PAGNAN

AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
JOSMAR JOZINO
DO "AGORA"

Colaborou ANDRÉ CARAMANTE

Fonte: Folha de São Paulo

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

GRADUAÇÕES E POSTOS DO EXÉRCITO


Etimologia das graduações


Soldado: Deriva de sal, moeda corrente nas legiões romanas e de onde tem origem as palavras saldado, salário, soldo, soldado ou pessoa que é paga com sal. Consta que os legionários romanos recebiam o salário em sal.

Anspeçada: Tem origem no italiano, lancia spezzata (lança quebrada). Referia-se ao soldado transferido da arma montada para a arma a pé e que ali passava a possuir status superior ao soldado a pé. Existiu entre nós de 1500 a 1904. Os nossos anspeçadas eram dispensados da faxina. Só concorriam à escala de sentinela do portão das Armas e substituíam o cabo.

Cabo: Tem origem no latim “caput”, com o sentido de cabeça, chefe. Existe entre nós desde 1500 com o título de cabo de Esquadra, até reduzir-se a cabo, na República. Os grandes generais que se destacaram na História Militar tem sido chamados ou de cabos de guerra ou de grandes capitães da História Universal. Assim, Napoleão era chamado carinhosamente por seus soldados de “petit caporal” ou pequeno cabo.

Furriel: Tem origem no francês “fourrier”, de forragem (fourrage). Era o encarregado tradicionalmente do forrageamento dos eqüinos. Ela existiu até há pouco tempo entre nós, sendo substituída pela de 3º sargento, passando a graduação furriel a designar uma função militar.

Sargento: Deriva do latim “servientes”, com o sentido de auxiliar, tendo originado os serventes de campo, de armas, de escudeiros e de cavaleiros. Esta graduação existe entre nós desde 1500 e, com a eliminação da de furriel, nas de 3º, 2º e 1º sargentos. Ficou célebre nesta graduação o sargento Wolf, herói da FEB. Sargento-ajudante era o mais antigo dos sargentos.

Cadete: Deriva do baixo latim capitettus, diminutivo de caput. Literalmente seria um pequeno chefe ou cabeça. Existiu entre nós, com foros de nobreza ou privilégio de nascimento, de 1757 a 1897. Foi restabelecido em 1931 para designar a graduação privativa dos alunos da Escola Militar e, desde 1945, da Academia Militar das Agulhas Negras, sempre com o sentido de companheiro ou de irmão mais moço dos oficiais, e com arma privativa - o espadim.
    

Etimologia dos postos


Alferes: Deriva do latim “aquila-feres”, ou o porta-águia, que era o estandarte distintivo das legiões romanas. O termo passou aos árabes como “alfaris-porta-estandarte”, de onde teria passado a Portugal e de lá ao Brasil. Ela existiu no Brasil até 1905, quando deu lugar à denominação “Aspirante-a-oficial”, que veio no bojo do Regulamento de Ensino de 1905. Com ele também foi extinta a graduação ou posto de alferes-aluno, criada em 1840 na Escola Militar do Largo de São Francisco, como estímulo ao mérito intelectual, face ao título de cadete que traduzia mérito de nascimento. Tornou-se célebre o alferes José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, hoje elevado a Patrono Cívico da Nacionalidade ou do Brasil.

Tenente: Deriva do latim “tenens” - substituto de outrem e, no caso em tela, do capitão. Existe entre nós desde o Descobrimento. Tornou-se célebre entre nós o tenente Antônio João, patrono do Quadro Auxiliar do Exército.

Capitão: Deriva do latim, passando ao baixo latim, de caput a “capitanis”, o chefe ou o que comanda. Sempre existiu entre nós. Nele se imortalizaram Pedro Teixeira - o conquistador da Amazônia; frei Orlando - patrono do Serviço Religioso do Exército; Ricardo Kirk - o pioneiro e mártir brasileiro da aviação militar em operações de combate, herói do Contestado, e Tertuliano Potiguara – herói do Contestado e em San Quentin (França), na 1ª Guerra Mundial.

Major: Deriva de maior. Na Colônia, correspondeu ao posto de Sargento-Mór (Sargento-Maior), ou o auxiliar mais graduado do coronel e seu substituto. Se celebrizaram como sargentos maiores Antônio Dias Cardoso - atual patrono das Forças Especiais do Exército e Rafael Pinto Bandeira - conquistador da Fortaleza de Santa Tecla, em Bagé, e patrono do 8º Esqd C Mec, da 8ª Bda Inf Mtz, ambos mestres em guerrilhas contra o invasor, respectivamente no Nordeste e no Rio Grande do Sul. Na Alemanha, o sargento-maior correspondia a uma graduação de sargento. Conta-se que D. Pedro I ao organizar batalhões com mercenários europeus, colocou como sargento-maior ou subcomandante de batalhão, um mercenário alto, forte e imponente que havia sido sargento-maior (sargento) na Alemanha e lá havia sido açougueiro. Existiu no Exército, no Império, a função de Vago- Mestre, traduzida do alemão vagoon-meister (encarregado dos Transportes). E como Vago- Mestre ela figurava nos QOD.

Tenente Coronel: Tem o sentido de substituto do coronel. Ela surgiu no Império. Imortalizaram-se neste posto: José de Abreu - o anjo da Vitória nas guerras contra Artigas 1816-21; Francisco Pedro de Abreu, grande guerrilheiro gaúcho que auxiliou Caxias na Revolução Farroupilha; Vilagran Cabrita - patrono da Engenharia e Muniz de Aragão, da Veterinária.

Coronel: Deriva do italiano, com o sentido de “colonello” - o Comandante ou chefe de coluna. No Brasil Colônia, sob influência espanhola, correspondia ao mestre de campo de tradição romana. Magister militium, o comandante de tropa a pé e o magister equitum, o comandante de tropa a cavalo. O mestre de campo tinha o sentido de mestre dos campos ou dos acampamentos. Tornaram-se célebres nestes postos os restauradores de Pernambuco nas guerra holandesas: Antônio Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Felipe Camarão - os dois últimos, honorários. Como os coronéis se tornaram célebres na Guerra do Paraguai, Emílio Luiz Mallet, patrono da Artilharia e Tibúrcio, então herói militar e popular, por sua intrepidez.

General: Advém do latim generalis. É o chefe ou comandante-geral. No Brasil designa o ciclo de oficiais generais. Foi consagrado nesta designação na Guerra do Paraguai pelos soldados e pelo povo o general Osório, atual patrono da Arma de Cavalaria do Exército.

Brigadeiro: Origina-se da palavra celta e italiana “briga” (luta, combate). Este posto existiu até a República quando mudou de denominação para General-de-Brigada. Consagrou-se como brigadeiro Antônio de Sampaio - o patrono da Infantaria e Andrade Neves - o Vanguardeiro da Guerra do Paraguai, e como general de Brigada João Severiano da Fonseca - patrono do Serviço de Saúde.

Marechal de Campo: Posto que existiu na Colônia e no Império, mudando na República para General de Divisão. Tornou-se célebre como Marechal de Campo Manoel Deodoro da Fonseca - o proclamador da República, e como General de Divisão Mascarenhas de Moraes que comandou a FEB, na Itália.

Tenente General: Existiu na Colônia e no Império. Foi substituído na República pelo posto de General de Exército.


Cel Cláudio Moreira Bento


Fonte: www.militar.com.br

domingo, 23 de setembro de 2012

Inteligência do Exército protege Barbosa


Exclusivo




O Exército escalou seus mais confiáveis e melhores oficiais de inteligência, lotados na Abin, para dar proteção ao ministro Joaquim Barbosa – relator do processo do Mensalão no Supremo Tribunal Federal. Ao montar esquema especial para dar segurança a Barbosa – que sempre foi avesso a isto -, empregando seus homens lotados na Agência Brasileira de Inteligência, o EB atropelou o Palácio do Planalto e a cúpula da Polícia Federal ligada aos esquemas petralhas de poder.

Apenas como contraponto: os ministros Ricardo Lewandowski e José Dias Toffoli também contam com proteção intensa. Só que de agentes da Polícia Federal – e não da turma verde-oliva lotada na Abin. A proteção a Barbosa não é só física. Tudo que se fala dele e sobre ele, nos ambientes de poder, também é monitorado. Além disso, todo o sistema telefônico da residência e de seu gabinete no STF foi alterado e passa por uma constante ação de pente fino.

A iniciativa de proteger Barbosa tão intensamente gera uma crise. A Presidenta Dilma Rousseff, como Comandante-em-chefe das Forças Armadas, sequer foi consultada sobre a medida. A blindagem ao Barbosa foi decidida entre alguns integrantes do Alto Comando do Exército e o General José Elito, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência.

Fonte: Blog Alerta Total

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Capitão PMESP envia carta a Deputados protestando contra mortes de policiais


Escrevo esta carta a V.Exa. no intuito de que ela não seja somente um desabafo, acredito que o Estado deva criar mecanismos para salvaguarda e tutela de autoridade policial, há que se mudar a pena, acrescendo-a no mínimo 2/3, para o indivíduo que cometer qualquer tipo de crime, seja ele,agressão, lesão corporal ou homicídio contra qualquer agente de segurança pública, sendo ainda que, no caso do homicídio o cometedor do ilícito ficaria sujeito ao cumprimento total da pena, sem progressão, em regime fechado e com os três primeiros anos em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Como disse nosso nobre e histórico escritor jurídico Marques de Becaria em sua obra : “dos delitos e das penas”, “…além da gravidade da pena o que coíbe o crime é a certeza de ser punido…”, hoje o marginal não possui nenhuma diferença de gravidade penal ao atentar contra o Estado, na pessoa do policial ou agente de segurança pública e tem quase que sempre a certeza de que não será punido, vivemos um caos!
A Polícia Militar do Estado de São Paulo vem fazendo o possível para combater estas mortes de policiais e todos os outros crimes que afligem diretamente a sociedade paulista.
Nosso comando tem procurado alertar os policiais quanto aos cuidados nos horários de folga, deslocamentos rotineiros e posturas seguras, temos orientado, treinado e usado nossos serviços de inteligência internos para identificar ações criminosas contra policiais e, por vezes, infelizmente identificar e prender os autores destes homicídios, MAS SERÁ QUE ISSO BASTA? Será que os senhores poderiam nos ajudar a não enterrarmos nossos policiais com o estômago embrulhado e com este sentimento de que poderíamos ter feito mais por eles e suas famílias e por nós mesmos.
Senhor, acho que o que peço em nome destes milhares de policiais, guardas municipais, agentes penitenciários, peritos, delegados e investigadores de polícia é muito pouco, lembrando que somos o escudo da Sociedade e se não formos entendidos assim, e este escudo se quebrar, quem os defenderá e as suas famílias e a minha família.
Gostaria ainda de deixar claro que esta carta será enviada a todas as associações de classes policiais militares do Brasil, não no intuito de cobrança, porque sei que me fiz entender e que tal postura não seria necessária, mas para que todos possam juntos rogar a Deus que nos ilumine e nos faça ter sabedoria para lutarmos nossa guerra unindo forças em prol de uma sociedade mais digna e justa.
Grato,
MAURICIO RAFAEL JERÔNIMO DE MELO

Capitão de Polícia Militar

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

País tem quase 5 seguranças privados para cada policial


O Brasil é o segundo país das Américas na proporção entre seguranças privados e policiais, dos 22 com dados disponíveis: são quase cinco agentes particulares para cada um do Estado, mais do que o dobro da média regional.



A informação está no Relatório sobre a Segurança Cidadã nas Américas em 2012, que deve ser lançado hoje pela Organização dos Estados Americanos, em Washington, e antecipado para a Folha.

Segundo o documento --que combina dados de governos federais, polícias, institutos de estatísticas e ministérios dos 34 países da região nos últimos dez anos--, o ranking de privatização do policiamento é liderado pela Guatemala, com 6,7 seguranças para cada policial.

O Brasil (cujo índice de homicídios por 100 mil habitantes, 21, é metade do guatemalteco) tem 4,9; em seguida vem o Chile, com três. Os EUA, conhecidos por empresas gigantescas no setor, têm 1,5 segurança para cada policial. A média regional é de 2,3.
Editoria de arte/Folhapress

"A política pública de segurança tem sido feita com uma polícia privada que não está nem sequer dentro da estrutura [estatal] das polícias", disse à Folha Luiz Coimbra, editor-chefe do relatório e coordenador do Observatório de Segurança Hemisférica.

"É importante que a polícia privada esteja coordenada, organizada e submetida às mesmas regras de compromisso com direitos humanos, treinamento policial e conhecimento de técnica que a polícia."

Para Coimbra, a privatização da segurança virou um "grande negócio", sobretudo em países da América Central, onde a estrutura do Estado é mais deficitária.

"Mas esses homens estão armados nas ruas, eles têm de ser reconhecidos como parte dos atores de segurança. Isso não pode ficar sob controle de empresas comerciais com regras soltas."

Segundo o relatório --que não trata de outros continentes--, a expansão da segurança particular é global, mas foi mais intensa nas Américas, sobretudo do Sul e Central.

No período anterior à crise econômica iniciada em 2008, diz a OEA, o setor cresceu a um ritmo anual de 8% a 9% no mundo --acima da economia global e atrás apenas da indústria automotiva-- e de 11% na América Latina.

O avanço acompanha também a expansão do crime organizado, que na última década diversificou as atividades e passou a competir com o Estado em algumas áreas.

No Brasil, onde em 2008 (último dado disponível) havia 1,67 milhão de seguranças particulares e 2.904 empresas registradas no setor, Coimbra aponta uma tentativa do governo de maior controle da atuação dessas forças privadas, embora os dados sobre sua atuação ainda sejam insuficientes.


LUCIANA COELHO

DE WASHINGTON



Fonte: Folha de São Paulo

sábado, 8 de setembro de 2012

Indústria brasileira desenvolve veículos aéreos não tripulados


O Departamento de Defesa dos EUA tem hoje 7.000 veículosaéreos não tripulados (vants, também chamados de "drones", zangões). Há dez anos, antes de Afeganistão e Iraque, não passavam de 50.






O Pentágono já admite que o número de pilotos de vants, que controlam os aparelhos a partir de bases americanas, deverá ultrapassar o de pilotos de seus aviões regulares.

Com as duas guerras em refluxo, a febre está passando à área civil. Em fevereiro, uma nova lei americana, festejada pelos fabricantes, liberou o uso rural e até urbano dos aparelhos, em segurança pública.

Chris Anderson, autor de "A Longa Cauda" (2006) e sócio-fundador de uma empresa de software para "drones", a 3D Robotics, calcula que todo mês levantam voo nos EUA mais de mil novos vants civis, já superando os militares.

O Brasil corre atrás, tanto em aparelhos militares como civis. Empresas vêm sendo formadas, inclusive diversas subsidiárias da Embraer, na expectativa do anúncio de um programa de vants do Ministério da Defesa.

PROJETO

Um primeiro projeto, até hoje "em aperfeiçoamento", acaba de completar cinco anos, desde que a empresa carioca Santos Lab, hoje parte da Embraer, forneceu os primeiros vants à Marinha.

Questionado, o ministério responde que a elaboração dos requisitos operacionais para a aquisição dos aparelhos "está em andamento" e que ainda não há detalhamento sobre quantidade ou prazo. Adianta que o Exército prevê empregar os vants no apoio à artilharia, entre outras missões; a Aeronáutica, no controle de fronteiras; e a Marinha, na defesa das plataformas nas bacias de Campos e de Santos.

Mas o objetivo expresso é estimular produção nacional e a inovação tecnológica. É a justificativa para o desenvolvimento de outros aparelhos e sistemas pelas Forças Armadas nos últimos anos, em conjunto com empresas do interior paulista como Flight e Avibrás e com fomento da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

VÁRIOS GRUPOS

A corrida pelas encomendas militares vislumbra, como nos EUA, o posterior uso civil. A Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança) formou um comitê para veículos não tripulados visando "consolidar e fazer crescer o setor não só para aplicações militares, mas comerciais", segundo o vice-presidente executivo, Carlos Afonso Perantoni Gambôa.

Segundo Gambôa, ainda não há no Brasil "nenhuma regulamentação de emprego comercial", mas a associação vem trabalhando em conjunto com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) para a construção de um marco regulatório para o segmento.

Nei Brasil, presidente da Flight, que nasceu na incubadora de start-ups do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), afirma que "vai ser difícil a indústria nacional se capacitar para ter um setor civil pujante se não for alavancada no primeiro momento pelo setor militar".

CONSOLIDAÇÃO

O executivo prevê que os vants "sejam uma das áreas mais aquecidas do setor aeronáutico". Daí o início "conturbado, com vários grupos tentando se posicionar". Ele prevê, com o tempo, uma forte consolidação.

Renato Bastos Tovar, gerente de programas tecnológicos da Avibrás, também prevê uma acomodação do mercado e diz que sua empresa "está aberta a conversas".

Por outro lado, Rodrigo Kuntz, presidente da BRVant, também do interior paulista, questiona o estágio do mercado no país. Segundo ele, o Hermes 450 e o Heron, dois aparelhos israelenses, "são os únicos equipamentos de maior porte voando no Brasil". A BRVant finaliza atualmente um projeto para desenvolver um aparelho maior, voltado para o nicho militar.

Também já produzem ou se preparam para produzir vants: OrbiSat, da Embraer, em conjunto com AGX e Aeroálcool; Harpia, de Brasília, parceria entre Embraer e Elbit, de Israel; Andrade Gutierrez Defesa e Segurança, do Rio, com francesa Thales; XMobots, de São Carlos; e Skydrones, de Porto Alegre.


NELSON DE SÁ



Fonte: Folha de São Paulo

terça-feira, 21 de agosto de 2012

FBI aliciou muçulmanos para forjar ataques terroristas dentro dos EUA

Departamento federal de investigação fornecia plano de ataque e material a jovens muçulmanos para encenar um falso desmantelamento de planos terroristas. Atualmente, o órgão responde a processo por parte de uma mesquita situada na Califórnia



Os anúncios do FBI (Departamento Federal de Investigação) sobre o desmantelamento de planos terroristas possui duas versões: a oficial, que serve para deslumbrar a imprensa; e a estarrecedora, como classificou o jornalista Tom Castello, do Bureau of Investigative Journalism. Conforme a reportagem, o próprio FBI infiltra agentes em comunidades islâmicas, incluindo as pacificas, para encorajar novos terroristas, entre os quais muitos são adolescentes. A formação terrorista fornecida pelo departamento inclui plano de ataque e até o fornecimento de material.

Castello teve acesso a essas informações por meio de um documentário de rádio, o “This American Life”, transmitido em mais de 500 estações nos EUA. O trabalho jornalístico foi produzido pela Chicago Public Media e conta a chocante história de tramas armadas pelo FBI.

Segundo o analista Glen Greenwald, consultado pelo jornalista do Bureau of Investigative Journalism e que participou da produção do documentário, esse tipo de ação do FBI se dá “repetidamente”. “Eles se infiltram em comunidades muçulmanas para achar recrutas, os convencem a realizar ataques, fornecem dinheiro, armas e o know-how para levar seu plano adiante – apenas para saltar heroicamente no último instante, prender os supostos agressores que o FBI havia criado, e salvar uma grata nação de uma trama orquestrada... pelo próprio FBI”, relata.

Operação frustrada

Um desses casos ocorreu em 2006, quando o departamento recrutou o islâmico Craig Monteilh, considerado na região um marginal de “quinta categoria”. Ele, pelos planos do FBI, deveria se infiltrar em uma mesquita em Orange County, na Califórnia, com a missão de atrair homens da mesquita para a sua academia. O objetivo do FBI era, por meio Monteilh, recrutar mais islâmicos para um ataque terrorista cujos discursos encorajadores tinham como base a jihad (palavra que em árabe corresponde a esforço) de Osama Bin Laden.

A referida missão, batizada de Operação Flexão, esbarrou em percalços um tanto inusitados para o FBI: os recrutas de Monteilh estavam mais interessados em jogar videogames do que na academia. Dois deles, Ayman e Yassir, começaram a andar com Monteilh, que usava o falso nome de Farouk para aliciá-los. Os jovens, contudo, começaram a estranhar a insistência de Monteilh, ou Farouk - como o conheciam, em falar de Osama Bin Laden sempre que uma oportunidade aparecia.

Para frustração de Monteilh e tranquilidade do FBI, Ayman e Yassir não demonstravam o menor interesse em tratar de terrorismo ou jihad e tão logo Monteilh abordou a possibilidade de ataques à bomba foi denunciado por eles. Como esperado, os jovens recorreram ao FBI, concluindo com êxito mais um plano de desmantelamento de ataques terroristas.

O FBI, diante das reportagens, se negou a comentar os fatos e atualmente está sendo processado por membros da mesquita em que os dois jovens foram aliciados por Monteilh. Neste contexto, Craig Monteilh encaixa-se como principal testemunha contra seus empregadores.

Operações concluídas

A atuação do FBI em relação aos mulçumanos não para por aí. Em 2011, a Associated Press ganhou o prêmio Pulitzer de reportagem investigativa depois de mostrar uma operação secreta do departamento que envolvia a espionagem maciça em Nova Iorque. O FBI monitorava comunidades muçulmanas naquela cidade sem que houvesse qualquer evidência de atividades terroristas.

Alguns supostos planos terroristas que tiveram grande repercussão: em 2009, Hosam Maher Husein Smadi arquitetou a destruição de um arranha-céu em Dallas e Faruque Ahmed esboçou um ataque ao metrô de Washington; em 2010, Mohamed Osman Mahamud planejou detonar uma bomba em um evento natalino lotado; e em 2011, Rezwan Ferdaus foi preso depois de planejar atacar o Pentágono com aviões de controle remoto cheios de explosivos.

*Com informações da Agência Pública

Ketllyn Fernandes
Fonte: Jornal Opção

sábado, 11 de agosto de 2012

Wikileaks revela imensa rede de espionagem doméstica nos EUA


Sistema TrapWire usa tecnologia de ponta para monitorar paradeiro de cidadãos suspeitos


LAS VEGAS - O mais recente vazamento de informações proveniente do WikiLeaks revela a existência de uma grandiosa rede de espionagem eletrônica nos Estados Unidos denominada TrapWire.

Segundo David Seaman, analista do “Business Insider”, a revelação é tão séria que o site do Wikileaks vem sofrendo ultimamente intensos ataques DDoS (negação distribuída de serviço, na tradução) cuja intenção é calar o site, estancando suas operações com uma carga de entre 10GB e 40GB de requisições falsas por segundo.
Curiosamente, as informações vieram à tona graças ao site estatal russo “RT”, nos seguintes termos: “Ex-altos funcionários da inteligência [dos EUA] criaram um sistema de vigilância detalhada mais preciso do que a tecnologia moderna de reconhecimento facial. Tal sistema já foi instalado pelos EUA afora, debaixo do nariz da maioria dos americanos, segundo e-mails hackeados pelo grupo Anonymous”.
O TrapWire controlaria câmeras instaladas em pontos de vigilância nas principais cidades e pontos turísticos em todos os EUA registrando dados digitalmente a cada segundo no local, criptografando-os e enviando-os instantaneamente para um datacenter fortificado situado em local não revelado, de modo que essas informações sejam mescladas com outros dados de inteligência.
Este esquema é parte do programa TrapWire, elaborado pela Abraxas, uma empresa americana situada no estado da Virginia do Norte, cujo plantel reúne a elite da comunidade de inteligência dos Estados Unidos, ex-fucionários do Pentágono, da CIA, da NSA e de outras agências.
“Os tentáculos da rede colaborativa envolvida, na verdade, devem ir muito mais profundamente do que o que está documentado”, diz Seaman. “Os detalhes sobre a Abraxas e sobre o TrapWire são escassos, mas não poderia ser de outra forma, já que se trataria de um programa para lutar contra o terrorismo e monitorar atividades de maneira secreta”.
Segundo o site “RT”, TrapWire se refere ao nome de uma empresa em Reston, Virginia, EUA, que desenvolveu um sistema “projetado para proporcionar um meio simples, mas poderoso, de coletar e gravar relatórios sobre atividades suspeitas”. Ou seja, é um sistema de nodos interconectados que detecta qualquer coisa considerada suspeita e encaminha essas informações para um outro sistema para posterior análise e comparação.
Mais detalhes e uma rica coleção de links contendo evidências podem ser vistos na página sobre o tema no site informativo russo, em <http://bit.ly/rt_trapwire>.

Fonte: O Globo

terça-feira, 7 de agosto de 2012

PF regulamentará vigilantes em estádios


ada no Hyde Park, em Londres
LUIZ ERNESTO MAGALHÃES / O GLOBORIO - O policiamento em estádios de futebol e arenas de shows passará por mudanças na carona dos megaeventos que acontecerão no Brasil nos próximos quatro anos. A segurança armada, comumente usada hoje e que, no Rio, é feita pela Polícia Militar, deixará de ficar visível ao público, sendo colocada de prontidão em locais estratégicos, para intervir somente em caso em conflitos. Em seu lugar, entrarão em ação os chamados stewards (vigilantes desarmados e treinados para lidar com multidões). A regulamentação da nova função deverá ser divulgada ainda este mês pela Polícia Federal. Ela disciplinará a atividade, indicando currículo mínimo de cursos para a fissão.
Normas preveem seguranças desarmados nas arenas, durante os grandes eventos até as Olimpíadas


O Brasil está na contramão do mundo, que emprega os stewards. A Fifa recomenda um stewards para cada 60 espectadores em jogos mais delicados e um profissional para cada cem espectadores, em eventos considerados mais calmos.A ideia é que já haja stewards atuando em estádios na Copa das Confederações, que será disputada no Brasil em 2013. A regulamentação vem sendo discutida há um ano entre a PF e a Fifa, com acompanhamento do Ministério da Justiça. O modelo já é empregado na Europa e nos Estados Unidos. O policiamento desarmado é possível porque antes de entrar nos complexos esportivos, os torcedores são revistados em busca de armas ou objetos contundentes. Consultada pela PF, a Associação Brasileira das Empresas de Vigilância (Abrevis) é favorável à nova formação profissional. Segundo o presidente da entidade, José Jacobson Neto, a medida não valeria apenas para megaeventos. Discute-se o tamanho mínimo do evento para contratar stewards: com mais de mil, dois mil ou três mil pessoas:
Copa de 2014 exigirá 84 mil stewards
O presidente da entidade estimou que, somente para a Copa das Confederações, seriam necessários 10 mil stewards; enquanto que para a Copa do Mundo de 2014 o número subiria para cerca de 80 mil. Ainda não há projeções para os Jogos Olímpicos.
Nos Jogos Olímpicos de Londres os stewards estão presentes nas arenas de competição, áreas públicas de transmissão dos jogos e até em estações do metrô. Mas a empresa contratada não conseguiu preencher 3.500 das vagas necessárias. A mão de obra foi substituída por policiais e militares, que apesar de uniformizados não portam armas. O diretor de Segurança dos Jogos no Rio, Luiz Fernando Corrêa, ex-diretor da PF, disse que o esquema será usado nos jogos no Rio:
— Os stewards funcionam muito bem como orientadores. No caminho para os estádios, ajudam a fazer o filtro de quem chega, conferindo ingressos, por exemplo. Eles, porém, não dispensam uso de polícia, que fica em pontos pré-escolhidos, longe das vistas do público.
Em nota, a Polícia Federal informou que a segurança privada será empregada nas áreas privativas dos estádios, hotéis e locais de treinamento. A legislação brasileira não permite a atuação da segurança privada em vias públicas, exceto no transporte de valores, escolta armada e segurança pessoal.
Fonte: O Globo

terça-feira, 31 de julho de 2012

Policial é atingido na cabeça em perseguição



Vídeo com imagens tensas, onde um policial, após uma perseguição, acaba se deparando com a reação do condutor do veículo em fuga, que atira e acaba acertando dois tiros: um na cabeça e outro no pulso do policial – que felizmente não morreu, já que mesmo atingido conseguiu pedir apoio pelo rádio. Instantes depois outros policiais conseguiram interceptar o criminoso, que foi morto em troca de tiros, ainda conseguindo atingir alguns deles. Imagens didática para quem realiza perseguições e/ou acompanhamentos em viaturas.

Autor:  - Tenente da Polícia Militar da Bahia, associado ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública e graduando em Filosofia pela UEFS-BA. | Contato: abordagempolicial@gmail.com

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Políticas Inteligentes Reduzem o Crime na Austrália


Caminhos para a solução



Uma das virtudes do método comparativo é permitir ver o que funciona e o que não funciona nas políticas de segurança pública. Na Austrália, na área do Mitcham Council houve uma redução clara no número de crimes.

A principal diretriz foi concentrar os esforços preventivos e repressivos nos reincidentes. Essa diretriz se baseia no dado encontrado em muitos países e em suas subdivisões de que um pequeno número de pessoas é responsável por uma alta percentagem dos crimes. Deu certo mais uma vez, agora na Austrália.

Office of Crime Statistics and Research publicou  as estatísticas mais recentes que mostram uma queda no número total de crimes de 6.366 para 4.344 entre 2006 e 2010. Os crimes contra a propriedade caíram mais de um terço nesse quinquênio e os roubos de casas etc. baixaram de 771 em 2006 a 422 em 2010. As infracoes e crimes no trânsito caíram ainda mais, de 913 a 421.

O chefe de polícia informou que a queda na subdivisão chamada Sturt Local Service Area foi de quase dez por cento no ano passado.

Concentrar esforços na prevenção de crimes cometidos por reincidentes e na repressão dessas pessoas tem dado certo.


GLÁUCIO SOARES
IESP/UERJ

Fonte: Blog Conjuntura Criminal