terça-feira, 21 de agosto de 2012

FBI aliciou muçulmanos para forjar ataques terroristas dentro dos EUA

Departamento federal de investigação fornecia plano de ataque e material a jovens muçulmanos para encenar um falso desmantelamento de planos terroristas. Atualmente, o órgão responde a processo por parte de uma mesquita situada na Califórnia



Os anúncios do FBI (Departamento Federal de Investigação) sobre o desmantelamento de planos terroristas possui duas versões: a oficial, que serve para deslumbrar a imprensa; e a estarrecedora, como classificou o jornalista Tom Castello, do Bureau of Investigative Journalism. Conforme a reportagem, o próprio FBI infiltra agentes em comunidades islâmicas, incluindo as pacificas, para encorajar novos terroristas, entre os quais muitos são adolescentes. A formação terrorista fornecida pelo departamento inclui plano de ataque e até o fornecimento de material.

Castello teve acesso a essas informações por meio de um documentário de rádio, o “This American Life”, transmitido em mais de 500 estações nos EUA. O trabalho jornalístico foi produzido pela Chicago Public Media e conta a chocante história de tramas armadas pelo FBI.

Segundo o analista Glen Greenwald, consultado pelo jornalista do Bureau of Investigative Journalism e que participou da produção do documentário, esse tipo de ação do FBI se dá “repetidamente”. “Eles se infiltram em comunidades muçulmanas para achar recrutas, os convencem a realizar ataques, fornecem dinheiro, armas e o know-how para levar seu plano adiante – apenas para saltar heroicamente no último instante, prender os supostos agressores que o FBI havia criado, e salvar uma grata nação de uma trama orquestrada... pelo próprio FBI”, relata.

Operação frustrada

Um desses casos ocorreu em 2006, quando o departamento recrutou o islâmico Craig Monteilh, considerado na região um marginal de “quinta categoria”. Ele, pelos planos do FBI, deveria se infiltrar em uma mesquita em Orange County, na Califórnia, com a missão de atrair homens da mesquita para a sua academia. O objetivo do FBI era, por meio Monteilh, recrutar mais islâmicos para um ataque terrorista cujos discursos encorajadores tinham como base a jihad (palavra que em árabe corresponde a esforço) de Osama Bin Laden.

A referida missão, batizada de Operação Flexão, esbarrou em percalços um tanto inusitados para o FBI: os recrutas de Monteilh estavam mais interessados em jogar videogames do que na academia. Dois deles, Ayman e Yassir, começaram a andar com Monteilh, que usava o falso nome de Farouk para aliciá-los. Os jovens, contudo, começaram a estranhar a insistência de Monteilh, ou Farouk - como o conheciam, em falar de Osama Bin Laden sempre que uma oportunidade aparecia.

Para frustração de Monteilh e tranquilidade do FBI, Ayman e Yassir não demonstravam o menor interesse em tratar de terrorismo ou jihad e tão logo Monteilh abordou a possibilidade de ataques à bomba foi denunciado por eles. Como esperado, os jovens recorreram ao FBI, concluindo com êxito mais um plano de desmantelamento de ataques terroristas.

O FBI, diante das reportagens, se negou a comentar os fatos e atualmente está sendo processado por membros da mesquita em que os dois jovens foram aliciados por Monteilh. Neste contexto, Craig Monteilh encaixa-se como principal testemunha contra seus empregadores.

Operações concluídas

A atuação do FBI em relação aos mulçumanos não para por aí. Em 2011, a Associated Press ganhou o prêmio Pulitzer de reportagem investigativa depois de mostrar uma operação secreta do departamento que envolvia a espionagem maciça em Nova Iorque. O FBI monitorava comunidades muçulmanas naquela cidade sem que houvesse qualquer evidência de atividades terroristas.

Alguns supostos planos terroristas que tiveram grande repercussão: em 2009, Hosam Maher Husein Smadi arquitetou a destruição de um arranha-céu em Dallas e Faruque Ahmed esboçou um ataque ao metrô de Washington; em 2010, Mohamed Osman Mahamud planejou detonar uma bomba em um evento natalino lotado; e em 2011, Rezwan Ferdaus foi preso depois de planejar atacar o Pentágono com aviões de controle remoto cheios de explosivos.

*Com informações da Agência Pública

Ketllyn Fernandes
Fonte: Jornal Opção

sábado, 11 de agosto de 2012

Wikileaks revela imensa rede de espionagem doméstica nos EUA


Sistema TrapWire usa tecnologia de ponta para monitorar paradeiro de cidadãos suspeitos


LAS VEGAS - O mais recente vazamento de informações proveniente do WikiLeaks revela a existência de uma grandiosa rede de espionagem eletrônica nos Estados Unidos denominada TrapWire.

Segundo David Seaman, analista do “Business Insider”, a revelação é tão séria que o site do Wikileaks vem sofrendo ultimamente intensos ataques DDoS (negação distribuída de serviço, na tradução) cuja intenção é calar o site, estancando suas operações com uma carga de entre 10GB e 40GB de requisições falsas por segundo.
Curiosamente, as informações vieram à tona graças ao site estatal russo “RT”, nos seguintes termos: “Ex-altos funcionários da inteligência [dos EUA] criaram um sistema de vigilância detalhada mais preciso do que a tecnologia moderna de reconhecimento facial. Tal sistema já foi instalado pelos EUA afora, debaixo do nariz da maioria dos americanos, segundo e-mails hackeados pelo grupo Anonymous”.
O TrapWire controlaria câmeras instaladas em pontos de vigilância nas principais cidades e pontos turísticos em todos os EUA registrando dados digitalmente a cada segundo no local, criptografando-os e enviando-os instantaneamente para um datacenter fortificado situado em local não revelado, de modo que essas informações sejam mescladas com outros dados de inteligência.
Este esquema é parte do programa TrapWire, elaborado pela Abraxas, uma empresa americana situada no estado da Virginia do Norte, cujo plantel reúne a elite da comunidade de inteligência dos Estados Unidos, ex-fucionários do Pentágono, da CIA, da NSA e de outras agências.
“Os tentáculos da rede colaborativa envolvida, na verdade, devem ir muito mais profundamente do que o que está documentado”, diz Seaman. “Os detalhes sobre a Abraxas e sobre o TrapWire são escassos, mas não poderia ser de outra forma, já que se trataria de um programa para lutar contra o terrorismo e monitorar atividades de maneira secreta”.
Segundo o site “RT”, TrapWire se refere ao nome de uma empresa em Reston, Virginia, EUA, que desenvolveu um sistema “projetado para proporcionar um meio simples, mas poderoso, de coletar e gravar relatórios sobre atividades suspeitas”. Ou seja, é um sistema de nodos interconectados que detecta qualquer coisa considerada suspeita e encaminha essas informações para um outro sistema para posterior análise e comparação.
Mais detalhes e uma rica coleção de links contendo evidências podem ser vistos na página sobre o tema no site informativo russo, em <http://bit.ly/rt_trapwire>.

Fonte: O Globo

terça-feira, 7 de agosto de 2012

PF regulamentará vigilantes em estádios


ada no Hyde Park, em Londres
LUIZ ERNESTO MAGALHÃES / O GLOBORIO - O policiamento em estádios de futebol e arenas de shows passará por mudanças na carona dos megaeventos que acontecerão no Brasil nos próximos quatro anos. A segurança armada, comumente usada hoje e que, no Rio, é feita pela Polícia Militar, deixará de ficar visível ao público, sendo colocada de prontidão em locais estratégicos, para intervir somente em caso em conflitos. Em seu lugar, entrarão em ação os chamados stewards (vigilantes desarmados e treinados para lidar com multidões). A regulamentação da nova função deverá ser divulgada ainda este mês pela Polícia Federal. Ela disciplinará a atividade, indicando currículo mínimo de cursos para a fissão.
Normas preveem seguranças desarmados nas arenas, durante os grandes eventos até as Olimpíadas


O Brasil está na contramão do mundo, que emprega os stewards. A Fifa recomenda um stewards para cada 60 espectadores em jogos mais delicados e um profissional para cada cem espectadores, em eventos considerados mais calmos.A ideia é que já haja stewards atuando em estádios na Copa das Confederações, que será disputada no Brasil em 2013. A regulamentação vem sendo discutida há um ano entre a PF e a Fifa, com acompanhamento do Ministério da Justiça. O modelo já é empregado na Europa e nos Estados Unidos. O policiamento desarmado é possível porque antes de entrar nos complexos esportivos, os torcedores são revistados em busca de armas ou objetos contundentes. Consultada pela PF, a Associação Brasileira das Empresas de Vigilância (Abrevis) é favorável à nova formação profissional. Segundo o presidente da entidade, José Jacobson Neto, a medida não valeria apenas para megaeventos. Discute-se o tamanho mínimo do evento para contratar stewards: com mais de mil, dois mil ou três mil pessoas:
Copa de 2014 exigirá 84 mil stewards
O presidente da entidade estimou que, somente para a Copa das Confederações, seriam necessários 10 mil stewards; enquanto que para a Copa do Mundo de 2014 o número subiria para cerca de 80 mil. Ainda não há projeções para os Jogos Olímpicos.
Nos Jogos Olímpicos de Londres os stewards estão presentes nas arenas de competição, áreas públicas de transmissão dos jogos e até em estações do metrô. Mas a empresa contratada não conseguiu preencher 3.500 das vagas necessárias. A mão de obra foi substituída por policiais e militares, que apesar de uniformizados não portam armas. O diretor de Segurança dos Jogos no Rio, Luiz Fernando Corrêa, ex-diretor da PF, disse que o esquema será usado nos jogos no Rio:
— Os stewards funcionam muito bem como orientadores. No caminho para os estádios, ajudam a fazer o filtro de quem chega, conferindo ingressos, por exemplo. Eles, porém, não dispensam uso de polícia, que fica em pontos pré-escolhidos, longe das vistas do público.
Em nota, a Polícia Federal informou que a segurança privada será empregada nas áreas privativas dos estádios, hotéis e locais de treinamento. A legislação brasileira não permite a atuação da segurança privada em vias públicas, exceto no transporte de valores, escolta armada e segurança pessoal.
Fonte: O Globo