segunda-feira, 24 de setembro de 2012

GRADUAÇÕES E POSTOS DO EXÉRCITO


Etimologia das graduações


Soldado: Deriva de sal, moeda corrente nas legiões romanas e de onde tem origem as palavras saldado, salário, soldo, soldado ou pessoa que é paga com sal. Consta que os legionários romanos recebiam o salário em sal.

Anspeçada: Tem origem no italiano, lancia spezzata (lança quebrada). Referia-se ao soldado transferido da arma montada para a arma a pé e que ali passava a possuir status superior ao soldado a pé. Existiu entre nós de 1500 a 1904. Os nossos anspeçadas eram dispensados da faxina. Só concorriam à escala de sentinela do portão das Armas e substituíam o cabo.

Cabo: Tem origem no latim “caput”, com o sentido de cabeça, chefe. Existe entre nós desde 1500 com o título de cabo de Esquadra, até reduzir-se a cabo, na República. Os grandes generais que se destacaram na História Militar tem sido chamados ou de cabos de guerra ou de grandes capitães da História Universal. Assim, Napoleão era chamado carinhosamente por seus soldados de “petit caporal” ou pequeno cabo.

Furriel: Tem origem no francês “fourrier”, de forragem (fourrage). Era o encarregado tradicionalmente do forrageamento dos eqüinos. Ela existiu até há pouco tempo entre nós, sendo substituída pela de 3º sargento, passando a graduação furriel a designar uma função militar.

Sargento: Deriva do latim “servientes”, com o sentido de auxiliar, tendo originado os serventes de campo, de armas, de escudeiros e de cavaleiros. Esta graduação existe entre nós desde 1500 e, com a eliminação da de furriel, nas de 3º, 2º e 1º sargentos. Ficou célebre nesta graduação o sargento Wolf, herói da FEB. Sargento-ajudante era o mais antigo dos sargentos.

Cadete: Deriva do baixo latim capitettus, diminutivo de caput. Literalmente seria um pequeno chefe ou cabeça. Existiu entre nós, com foros de nobreza ou privilégio de nascimento, de 1757 a 1897. Foi restabelecido em 1931 para designar a graduação privativa dos alunos da Escola Militar e, desde 1945, da Academia Militar das Agulhas Negras, sempre com o sentido de companheiro ou de irmão mais moço dos oficiais, e com arma privativa - o espadim.
    

Etimologia dos postos


Alferes: Deriva do latim “aquila-feres”, ou o porta-águia, que era o estandarte distintivo das legiões romanas. O termo passou aos árabes como “alfaris-porta-estandarte”, de onde teria passado a Portugal e de lá ao Brasil. Ela existiu no Brasil até 1905, quando deu lugar à denominação “Aspirante-a-oficial”, que veio no bojo do Regulamento de Ensino de 1905. Com ele também foi extinta a graduação ou posto de alferes-aluno, criada em 1840 na Escola Militar do Largo de São Francisco, como estímulo ao mérito intelectual, face ao título de cadete que traduzia mérito de nascimento. Tornou-se célebre o alferes José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, hoje elevado a Patrono Cívico da Nacionalidade ou do Brasil.

Tenente: Deriva do latim “tenens” - substituto de outrem e, no caso em tela, do capitão. Existe entre nós desde o Descobrimento. Tornou-se célebre entre nós o tenente Antônio João, patrono do Quadro Auxiliar do Exército.

Capitão: Deriva do latim, passando ao baixo latim, de caput a “capitanis”, o chefe ou o que comanda. Sempre existiu entre nós. Nele se imortalizaram Pedro Teixeira - o conquistador da Amazônia; frei Orlando - patrono do Serviço Religioso do Exército; Ricardo Kirk - o pioneiro e mártir brasileiro da aviação militar em operações de combate, herói do Contestado, e Tertuliano Potiguara – herói do Contestado e em San Quentin (França), na 1ª Guerra Mundial.

Major: Deriva de maior. Na Colônia, correspondeu ao posto de Sargento-Mór (Sargento-Maior), ou o auxiliar mais graduado do coronel e seu substituto. Se celebrizaram como sargentos maiores Antônio Dias Cardoso - atual patrono das Forças Especiais do Exército e Rafael Pinto Bandeira - conquistador da Fortaleza de Santa Tecla, em Bagé, e patrono do 8º Esqd C Mec, da 8ª Bda Inf Mtz, ambos mestres em guerrilhas contra o invasor, respectivamente no Nordeste e no Rio Grande do Sul. Na Alemanha, o sargento-maior correspondia a uma graduação de sargento. Conta-se que D. Pedro I ao organizar batalhões com mercenários europeus, colocou como sargento-maior ou subcomandante de batalhão, um mercenário alto, forte e imponente que havia sido sargento-maior (sargento) na Alemanha e lá havia sido açougueiro. Existiu no Exército, no Império, a função de Vago- Mestre, traduzida do alemão vagoon-meister (encarregado dos Transportes). E como Vago- Mestre ela figurava nos QOD.

Tenente Coronel: Tem o sentido de substituto do coronel. Ela surgiu no Império. Imortalizaram-se neste posto: José de Abreu - o anjo da Vitória nas guerras contra Artigas 1816-21; Francisco Pedro de Abreu, grande guerrilheiro gaúcho que auxiliou Caxias na Revolução Farroupilha; Vilagran Cabrita - patrono da Engenharia e Muniz de Aragão, da Veterinária.

Coronel: Deriva do italiano, com o sentido de “colonello” - o Comandante ou chefe de coluna. No Brasil Colônia, sob influência espanhola, correspondia ao mestre de campo de tradição romana. Magister militium, o comandante de tropa a pé e o magister equitum, o comandante de tropa a cavalo. O mestre de campo tinha o sentido de mestre dos campos ou dos acampamentos. Tornaram-se célebres nestes postos os restauradores de Pernambuco nas guerra holandesas: Antônio Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Felipe Camarão - os dois últimos, honorários. Como os coronéis se tornaram célebres na Guerra do Paraguai, Emílio Luiz Mallet, patrono da Artilharia e Tibúrcio, então herói militar e popular, por sua intrepidez.

General: Advém do latim generalis. É o chefe ou comandante-geral. No Brasil designa o ciclo de oficiais generais. Foi consagrado nesta designação na Guerra do Paraguai pelos soldados e pelo povo o general Osório, atual patrono da Arma de Cavalaria do Exército.

Brigadeiro: Origina-se da palavra celta e italiana “briga” (luta, combate). Este posto existiu até a República quando mudou de denominação para General-de-Brigada. Consagrou-se como brigadeiro Antônio de Sampaio - o patrono da Infantaria e Andrade Neves - o Vanguardeiro da Guerra do Paraguai, e como general de Brigada João Severiano da Fonseca - patrono do Serviço de Saúde.

Marechal de Campo: Posto que existiu na Colônia e no Império, mudando na República para General de Divisão. Tornou-se célebre como Marechal de Campo Manoel Deodoro da Fonseca - o proclamador da República, e como General de Divisão Mascarenhas de Moraes que comandou a FEB, na Itália.

Tenente General: Existiu na Colônia e no Império. Foi substituído na República pelo posto de General de Exército.


Cel Cláudio Moreira Bento


Fonte: www.militar.com.br

domingo, 23 de setembro de 2012

Inteligência do Exército protege Barbosa


Exclusivo




O Exército escalou seus mais confiáveis e melhores oficiais de inteligência, lotados na Abin, para dar proteção ao ministro Joaquim Barbosa – relator do processo do Mensalão no Supremo Tribunal Federal. Ao montar esquema especial para dar segurança a Barbosa – que sempre foi avesso a isto -, empregando seus homens lotados na Agência Brasileira de Inteligência, o EB atropelou o Palácio do Planalto e a cúpula da Polícia Federal ligada aos esquemas petralhas de poder.

Apenas como contraponto: os ministros Ricardo Lewandowski e José Dias Toffoli também contam com proteção intensa. Só que de agentes da Polícia Federal – e não da turma verde-oliva lotada na Abin. A proteção a Barbosa não é só física. Tudo que se fala dele e sobre ele, nos ambientes de poder, também é monitorado. Além disso, todo o sistema telefônico da residência e de seu gabinete no STF foi alterado e passa por uma constante ação de pente fino.

A iniciativa de proteger Barbosa tão intensamente gera uma crise. A Presidenta Dilma Rousseff, como Comandante-em-chefe das Forças Armadas, sequer foi consultada sobre a medida. A blindagem ao Barbosa foi decidida entre alguns integrantes do Alto Comando do Exército e o General José Elito, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência.

Fonte: Blog Alerta Total

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Capitão PMESP envia carta a Deputados protestando contra mortes de policiais


Escrevo esta carta a V.Exa. no intuito de que ela não seja somente um desabafo, acredito que o Estado deva criar mecanismos para salvaguarda e tutela de autoridade policial, há que se mudar a pena, acrescendo-a no mínimo 2/3, para o indivíduo que cometer qualquer tipo de crime, seja ele,agressão, lesão corporal ou homicídio contra qualquer agente de segurança pública, sendo ainda que, no caso do homicídio o cometedor do ilícito ficaria sujeito ao cumprimento total da pena, sem progressão, em regime fechado e com os três primeiros anos em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Como disse nosso nobre e histórico escritor jurídico Marques de Becaria em sua obra : “dos delitos e das penas”, “…além da gravidade da pena o que coíbe o crime é a certeza de ser punido…”, hoje o marginal não possui nenhuma diferença de gravidade penal ao atentar contra o Estado, na pessoa do policial ou agente de segurança pública e tem quase que sempre a certeza de que não será punido, vivemos um caos!
A Polícia Militar do Estado de São Paulo vem fazendo o possível para combater estas mortes de policiais e todos os outros crimes que afligem diretamente a sociedade paulista.
Nosso comando tem procurado alertar os policiais quanto aos cuidados nos horários de folga, deslocamentos rotineiros e posturas seguras, temos orientado, treinado e usado nossos serviços de inteligência internos para identificar ações criminosas contra policiais e, por vezes, infelizmente identificar e prender os autores destes homicídios, MAS SERÁ QUE ISSO BASTA? Será que os senhores poderiam nos ajudar a não enterrarmos nossos policiais com o estômago embrulhado e com este sentimento de que poderíamos ter feito mais por eles e suas famílias e por nós mesmos.
Senhor, acho que o que peço em nome destes milhares de policiais, guardas municipais, agentes penitenciários, peritos, delegados e investigadores de polícia é muito pouco, lembrando que somos o escudo da Sociedade e se não formos entendidos assim, e este escudo se quebrar, quem os defenderá e as suas famílias e a minha família.
Gostaria ainda de deixar claro que esta carta será enviada a todas as associações de classes policiais militares do Brasil, não no intuito de cobrança, porque sei que me fiz entender e que tal postura não seria necessária, mas para que todos possam juntos rogar a Deus que nos ilumine e nos faça ter sabedoria para lutarmos nossa guerra unindo forças em prol de uma sociedade mais digna e justa.
Grato,
MAURICIO RAFAEL JERÔNIMO DE MELO

Capitão de Polícia Militar

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

País tem quase 5 seguranças privados para cada policial


O Brasil é o segundo país das Américas na proporção entre seguranças privados e policiais, dos 22 com dados disponíveis: são quase cinco agentes particulares para cada um do Estado, mais do que o dobro da média regional.



A informação está no Relatório sobre a Segurança Cidadã nas Américas em 2012, que deve ser lançado hoje pela Organização dos Estados Americanos, em Washington, e antecipado para a Folha.

Segundo o documento --que combina dados de governos federais, polícias, institutos de estatísticas e ministérios dos 34 países da região nos últimos dez anos--, o ranking de privatização do policiamento é liderado pela Guatemala, com 6,7 seguranças para cada policial.

O Brasil (cujo índice de homicídios por 100 mil habitantes, 21, é metade do guatemalteco) tem 4,9; em seguida vem o Chile, com três. Os EUA, conhecidos por empresas gigantescas no setor, têm 1,5 segurança para cada policial. A média regional é de 2,3.
Editoria de arte/Folhapress

"A política pública de segurança tem sido feita com uma polícia privada que não está nem sequer dentro da estrutura [estatal] das polícias", disse à Folha Luiz Coimbra, editor-chefe do relatório e coordenador do Observatório de Segurança Hemisférica.

"É importante que a polícia privada esteja coordenada, organizada e submetida às mesmas regras de compromisso com direitos humanos, treinamento policial e conhecimento de técnica que a polícia."

Para Coimbra, a privatização da segurança virou um "grande negócio", sobretudo em países da América Central, onde a estrutura do Estado é mais deficitária.

"Mas esses homens estão armados nas ruas, eles têm de ser reconhecidos como parte dos atores de segurança. Isso não pode ficar sob controle de empresas comerciais com regras soltas."

Segundo o relatório --que não trata de outros continentes--, a expansão da segurança particular é global, mas foi mais intensa nas Américas, sobretudo do Sul e Central.

No período anterior à crise econômica iniciada em 2008, diz a OEA, o setor cresceu a um ritmo anual de 8% a 9% no mundo --acima da economia global e atrás apenas da indústria automotiva-- e de 11% na América Latina.

O avanço acompanha também a expansão do crime organizado, que na última década diversificou as atividades e passou a competir com o Estado em algumas áreas.

No Brasil, onde em 2008 (último dado disponível) havia 1,67 milhão de seguranças particulares e 2.904 empresas registradas no setor, Coimbra aponta uma tentativa do governo de maior controle da atuação dessas forças privadas, embora os dados sobre sua atuação ainda sejam insuficientes.


LUCIANA COELHO

DE WASHINGTON



Fonte: Folha de São Paulo

sábado, 8 de setembro de 2012

Indústria brasileira desenvolve veículos aéreos não tripulados


O Departamento de Defesa dos EUA tem hoje 7.000 veículosaéreos não tripulados (vants, também chamados de "drones", zangões). Há dez anos, antes de Afeganistão e Iraque, não passavam de 50.






O Pentágono já admite que o número de pilotos de vants, que controlam os aparelhos a partir de bases americanas, deverá ultrapassar o de pilotos de seus aviões regulares.

Com as duas guerras em refluxo, a febre está passando à área civil. Em fevereiro, uma nova lei americana, festejada pelos fabricantes, liberou o uso rural e até urbano dos aparelhos, em segurança pública.

Chris Anderson, autor de "A Longa Cauda" (2006) e sócio-fundador de uma empresa de software para "drones", a 3D Robotics, calcula que todo mês levantam voo nos EUA mais de mil novos vants civis, já superando os militares.

O Brasil corre atrás, tanto em aparelhos militares como civis. Empresas vêm sendo formadas, inclusive diversas subsidiárias da Embraer, na expectativa do anúncio de um programa de vants do Ministério da Defesa.

PROJETO

Um primeiro projeto, até hoje "em aperfeiçoamento", acaba de completar cinco anos, desde que a empresa carioca Santos Lab, hoje parte da Embraer, forneceu os primeiros vants à Marinha.

Questionado, o ministério responde que a elaboração dos requisitos operacionais para a aquisição dos aparelhos "está em andamento" e que ainda não há detalhamento sobre quantidade ou prazo. Adianta que o Exército prevê empregar os vants no apoio à artilharia, entre outras missões; a Aeronáutica, no controle de fronteiras; e a Marinha, na defesa das plataformas nas bacias de Campos e de Santos.

Mas o objetivo expresso é estimular produção nacional e a inovação tecnológica. É a justificativa para o desenvolvimento de outros aparelhos e sistemas pelas Forças Armadas nos últimos anos, em conjunto com empresas do interior paulista como Flight e Avibrás e com fomento da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

VÁRIOS GRUPOS

A corrida pelas encomendas militares vislumbra, como nos EUA, o posterior uso civil. A Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança) formou um comitê para veículos não tripulados visando "consolidar e fazer crescer o setor não só para aplicações militares, mas comerciais", segundo o vice-presidente executivo, Carlos Afonso Perantoni Gambôa.

Segundo Gambôa, ainda não há no Brasil "nenhuma regulamentação de emprego comercial", mas a associação vem trabalhando em conjunto com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) para a construção de um marco regulatório para o segmento.

Nei Brasil, presidente da Flight, que nasceu na incubadora de start-ups do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), afirma que "vai ser difícil a indústria nacional se capacitar para ter um setor civil pujante se não for alavancada no primeiro momento pelo setor militar".

CONSOLIDAÇÃO

O executivo prevê que os vants "sejam uma das áreas mais aquecidas do setor aeronáutico". Daí o início "conturbado, com vários grupos tentando se posicionar". Ele prevê, com o tempo, uma forte consolidação.

Renato Bastos Tovar, gerente de programas tecnológicos da Avibrás, também prevê uma acomodação do mercado e diz que sua empresa "está aberta a conversas".

Por outro lado, Rodrigo Kuntz, presidente da BRVant, também do interior paulista, questiona o estágio do mercado no país. Segundo ele, o Hermes 450 e o Heron, dois aparelhos israelenses, "são os únicos equipamentos de maior porte voando no Brasil". A BRVant finaliza atualmente um projeto para desenvolver um aparelho maior, voltado para o nicho militar.

Também já produzem ou se preparam para produzir vants: OrbiSat, da Embraer, em conjunto com AGX e Aeroálcool; Harpia, de Brasília, parceria entre Embraer e Elbit, de Israel; Andrade Gutierrez Defesa e Segurança, do Rio, com francesa Thales; XMobots, de São Carlos; e Skydrones, de Porto Alegre.


NELSON DE SÁ



Fonte: Folha de São Paulo