segunda-feira, 30 de agosto de 2010

México em Guerra

Brasil pode ser o próximo México



Confrontos entre cartéis da droga mergulham país em banho de sangue, enquanto governo do presidente Felipe Calderón mobiliza aparato espetacular para enfrentar a violência


Trezentos tiros contra a patrulha dos federais e o México vai abrir mais oito sepulturas. Num entroncamento tão movimentado, o céu acinzentado por testemunha, nessa manhã gelada, a morte chegou para seis agentes federais, uma policial municipal e um civil.

Confira o especial 'México em guerra':


Olhar sobre o mundo: Violência no México
(http://blogs.estadao.com.br/olhar-sobre-o-mundo/violencia-no-mexico/)

Calderón sofre com efeitos da luta contra o tráfico
(http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100523/not_imp555339,0.php)

Gangues tomam as ruas
(http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100523/not_imp555341,0.php)


O elo do tráfico entre México e Brasil
(http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100523/not_imp555346,0.php)

Imprensa sofre com as ações dos cartéis
(http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100523/not_imp555347,0.php)

Lobby interno freia ação americana
(http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100523/not_imp555351,0.php)


São 11h40, 23 de abril, a sexta-feira terrível em Ciudad Juárez, na fronteira com El Paso, no Estado americano do Texas. Cinco automóveis deslizam pela Calle Durango até a Avenida Santiago Troncoso. Aqui, montam guarda os federais. Eles não pressentem o perigo.

Aqueles carros trazem assassinos a mando do narcotráfico, o inimigo número 1. Alguém dirá mais tarde que eram pelo menos 15 os pistoleiros e que estavam armados até os dentes e os peritos confirmarão que eles usaram fuzis AK-47, rifles de assalto AR-15 e automáticas para abater seus alvos.

A emboscada aos federais é mais um duro golpe desferido pelo crime organizado contra o governo do presidente Felipe Calderón, que mobilizou um aparato espetacular e pôs o México em guerra contra os narcos - tanques, bazucas, lança-granadas e 50 mil soldados estão nas ruas. Oito cartéis que exploram 11 Estados, pelo menos, desafiam o poder legal.

O país, que mergulhou no banho de sangue, habitua-se às execuções e chacinas à luz do dia. Já são 22,7 mil os mortos. Ciudad Juárez é o foco mais cruel.

Comoção. Trezentos balaços. O massacre paralisa e comove a cidade que a morte espreita. As tropas sitiam o Bosque dos Salvárcas, onde os federais foram tocaiados. Quando os primeiros pelotões chegarem, dali a uns minutos, quatro baleados já terão sido removidos para morrer no hospital Star Médica, nas imediações. Restam quatro corpos na rua. Todos policiais. Não há nada a fazer.

Daqui a pouco chegam os peritos, para sua rotina miserável - a eles cabe a missão de contar um a um os tiros que derrubaram seus colegas, definir ângulos e identificar de onde partiram os projéteis.

Corpos sangram entre a patrulha 10627, da PF, e a 367, da Polícia Municipal de Juárez. O sangue escorre pela rua em declive e acompanha o traçado da guia da calçada. O vento forte não dá trégua. Castiga os mortos e levanta as mantas brancas emborrachadas que os cobriam. Uiva e joga areia para o alto.

Cinco metros separam os dois carros da polícia, o da PF à frente, vidros furados, três pneus no chão porque teve bala para todos os lados.

Um federal está caído junto ao para-choque, de costas, braços abertos e esticados. A cabeça partida ao meio. Um pouco mais atrás, ao lado do carro da polícia municipal, três uniformizados, quase amontoados.

Vingança. Mais soldados e mais federais estão chegando. Capuzes negros escondem o rosto da polícia. Haverá vingança, ouve-se entre eles. Estão agitados, descontrolados. O próximo ataque, eles sabem, é só uma questão de tempo.

Lá em cima, o helicóptero militar risca o céu, faz manobras em círculo, desce até muito perto da rua e depois sobe de novo até virar um ponto negro nas alturas.

Uma policial estende o cordão que isola a cena do crime. Ela desenrola fitas amarelas e depois fitas vermelhas e fecha uma área de 250m², mais ou menos, que vai do posto de gasolina até o terreno do outro lado, de terra batida. A multidão avança para ver bem de perto os dilacerados, empurra a barreira, mas um escudo de coronhas a faz recuar.

Os peritos forenses estão vindo pela Calle Durango. São 12h15. Abrem caminho com suas valises, que são quase um laboratório, equipamentos de precisão e químicos para captar vestígios da chuva de balas.

São horas de um trabalho meticuloso em busca da pista promissora. Dois especialistas espalham pelo asfalto pequenos cones amarelos - que servem para marcar os pontos de onde partiram as rajadas e estabelecer a posição dos atiradores.

O perito mais encorpado, óculos de grau, ajoelha-se a um morto. Mãos que calçam luvas recolhem aqui e ali pedaços de chumbo calibres 3.08, 7.62, .39 e 9 mm.

Faz cinco graus às 12h58 em Juárez.

Do lado de cá, contida pelos cordões, ela chora nos ombros de um rapaz de boné e brincos que lhe faz companhia. "Saiu cedo para trabalhar, não volta nunca mais para casa", soluça. É uma menina, ainda. Ela aponta para um daqueles que está no chão. E põe-se a correr, sem rumo.

Mensagem. A noite cai em Ciudad Juárez. No grande paredão branco da Calle Colômbia, rabiscam uma longa mensagem. É gente de La Línea, que assume a autoria da matança.

La Línea tem sede de sangue, é rival de "El Chapo", comandante do Cartel do Golfo. A pichação no muro acusa federais de dar apoio ao oponente.

A Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Federal emitem um comunicado conjunto. Atribuem a ofensiva dos bandidos às "contundentes detenções realizadas nas últimas horas".

Os federais reafirmam seu compromisso de proteger a comunidade. "Continuamos firmes no combate à delinquência para recuperar o México que nos pertence."


Fausto Macedo
 
Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo

Policial poderá se aposentar agora com 20 anos de serviço

Policiais militares também



Os policiais civis, assim como os demais servidores públicos de todo País, que exercem atividade de risco já podem entrar com pedido de aposentadoria especial no momento em que completarem 20 anos de atividade policial. A previsão foi dada recentemente pelo Mandado de Injunção 755, ajuizado pelos advogados Roberto Tadeu de Oliveira e Fabíola Machareth, que representam a Adpesp. O voto foi relatado pelo ministro Eros Grau.

O recurso fora ajuizado para garantir um direito negado por omissão do poder público, nesse caso por falta de regulamentação da Constituição. De acordo com a advogada Fabíola Machareth, a Previdência Social publicou no Diário Oficial da última quarta-feira (28/7)uma instrução normativa que só vem a corroborar com a decisão dada pelo Supremo Tribunal Federal anteriormente.

 
A Instrução Normativa de número 1 estende ao servidor público um benefício que já é concedido aos trabalhadores das empresas privadas, que recebem pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

 
Em 2005, a Emenda Constitucional 47 alterou o parágrafo 4.º do artigo 40 da Constituição e passou a prever a aposentadoria especial também aos servidores. A falta de regulamentação, contudo, fez com que diversos mandados de injunção chegassem ao Supremo. Um deles foi o 755/2007 ajuizado pela Adpesp.

 
Atualmente, a lei estadual está derrogada na parte em que exige 30 anos de contribuição e idade mínima. Basta, portanto, cumprir o requisito de 20 anos de efetivo exercício da atividade policial, dispensando, pois, os demais requisitos.

 
Por fim, o advogado Roberto Tadeu explica que os interessados, que se encaixam nessas especificidades, devem entrar com pedido administrativo para requerer a aposentadoria especial. Caso seja negado, ele deverá recorrer ao Judiciário.


 
Fonte: Blog Policial Br

Polícia Federal demite 3.000 policiais

Em guerra contra o narcotráfico, Polícia Federal dispensa 3.200 agentes para 'limpar' a corporação.



RIO - Em meio à onda de violência que atinge o nordeste do México, a Polícia Federal do país da América do Norte dispensou 3.200 agentes na primeira parte de um plano para "limpar" o Sistema Nacional de Segurança Pública, segundo informações publicadas nesta segunda-feira pelo jornal "Universal", da Cidade do México. A relação entre policiais e cartéis de tráfico de drogas é um dos grandes desafios das forças de segurança mexicanas.


A segunda fase do processo inclui a abertura de processo disciplinar contra outros 1.200 agentes da corporação. Segundo Facundo Rosas Rosas, comissário-geral da Polícia Federal, e Marco Tulio López Escamilla, diretor da Unidade de Assuntos Internos, esses agentes não passaram no teste de controle de confiança e foram envolvidos em atividades suspeitas.

No domingo, Marco Antonio Leal García, prefeito de Hidalgo, no estado de Tamaulipas, no nordeste do México, onde na semana passada 72 imigrantes - entre eles, brasileiros - morreram em uma chacina, foi assassinado . Foi o o segundo prefeito morto no estado em meio à guerra entre dois cartéis de drogas - Los Zetas e do Golfo - nas últimas duas semanas. A polícia acredita que traficantes e policiais corruptos estejam por trás do crime.


Fonte: O Globo

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Eike Batista promete R$ 100 milhões para reforçar segurança do Rio até 2014

Dinheiro será destinado a equipamentos e construção de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs)



RIO - O empresário Eike Batista anunciou nesta terça-feira, 24, a doação de R$ 20 milhões para o governo do Rio e o compromisso de entregar o mesmo valor todos os anos, até 2014, exclusivamente para aplicação na compra de equipamentos e na construção de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Lançado no fim do segundo ano do governo Sérgio Cabral (PMDB), o projeto das UPPs virou bandeira política do candidato à reeleição e foi incorporado ao discurso de campanha da presidenciável Dilma Rousseff (PT).

Ao anunciar a parceria com a iniciativa privada, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que isso dará velocidade ao projeto, destacando a dispensa de licitações. "É muito importante, quase vital, para a continuidade desse projeto que tenhamos velocidade. Não podemos ficar restritos a determinados impedimentos que a legislação (impõe), principalmente a lei de licitação. Esse fundo vai suprir esse problema."

Além do empresário Eike Batista, participaram da cerimônia representantes da Bradesco Seguros (que prometeu mais R$ 2 milhões), da Coca-Cola (R$ 900 mil), da Souza Cruz (R$ 400 mil) e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, que banca a construção do prédio da UPP na Cidade de Deus. "Vamos contribuir com R$ 20 milhões por ano até 2014. É um compromisso que será acrescentado à soma dos parceiros, e esperamos que isso incentive outros a participar", disse Eike, que chamou Beltrame de "grande general."

Para o empresário, as UPPs são um "modelo para o Brasil e talvez para o mundo". "O conceito é tão fantástico, vimos que funciona. Não imaginava que a gente ia arrumar uma solução para resolver o problema das favelas. É um compromisso sério. Não gosto de puxadinho. A única maneira de se perpetuar é entrar com um volume sério de recursos."

O comandante das UPPs, coronel Robson Rodrigues, disse que o atual cronograma será mantido. "Dependemos de outras questões como aquisição de policiais. Mas chegaremos mais bem preparados. Vamos ter condição de adquirir tecnologia moderna sem precisar de licitação. Existem países que têm tecnologia de segurança de ponta, como Israel. Para ocupar complexos de favelas, vamos precisar dessa tecnologia. Imagina uma licitação internacional com embargos que atrasem o processo?"

O presidente da CBF disse considerar um "caso anômalo" o recente ataque de traficantes e sequestro de 35 pessoas em um hotel em São Conrado. Para ele, o fato não implicará prejuízo no planejamento da Copa e da Olimpíada. O Rio tem hoje dez UPPs instaladas e duas em processo de instalação, com efetivo de 2,2 mil PMs - seriam colocados mais mil até dezembro. O governo, que afirma ter a capacidade de formar 5 mil policiais por ano, já anunciou o plano de inaugurar 40 UPPs em 160 favelas até 2014.


Felipe Werneck

Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

PM do Rio de Janeiro vai fazer novo concurso: 20.000 vagas!!!

Pezão diz que é preciso 2 mil homens em UPP da Rocinha




RIO - O vice-governador Luiz Fernando Pezão disse, ao deixar à tarde, o Hotel Intercontinental, onde participou de um congresso com a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira e a TurisRio, que serão necessários 2 mil homens para ocupar a Rocinha. Até o ano de 2014, ele disse que a comunidade terá uma UPP. Pezão disse que o governo do Estado fará um concurso para 20 mil PMs, e que as vagas serão ocupadas paulatinamente. O treinamento também será feito aos poucos. Segundo ele, o efetivo que ocupará a Rocinha não pode ser treinado de um dia para o outro.


Ana Cláudia Costa



Fonte: O Globo

sábado, 21 de agosto de 2010

Rio: a ameaça armada persiste

Sede dos Jogos de 2016 e da Copa de 2014 ainda tem rotina marcada por episódios de violência causados por bandidos armados



Reagir a uma situação de invasão de hotel, por mais que não seja algo comum no Brasil, faz parte da ‘alfabetização’ das forças de segurança de qualquer cidade que pretende receber eventos internacionais

A população do Rio e as autoridades de segurança se deram conta de forma traumática, na manhã de sábado, de que ainda há uma distância preocupante entre o que a cidade se propõe a oferecer a seus moradores e visitantes e as ameaças reais de seu cotidiano. Os estampidos que acordaram hóspedes e funcionários do Hotel Intercontinental e mantiveram acuados os moradores do bairro de São Conrado não deixam dúvida: bandidos com armas de guerra, que cruzam as ruas de um bairro escoltados por ‘batedores’ em motocicletas, infelizmente não são caso raro na cidade.

Não custa lembrar: a área onde houve a perseguição, o tiroteio e a situação com reféns estará, daqui a seis anos, repleta de delegações de atletas, jornalistas e visitantes do mundo todo para os Jogos Olímpicos de 2016. Não se trata, portanto, de uma parte da cidade com desequilíbrio desfavorável em termos de recursos, conhecimento dos problemas de segurança ou dificuldades operacionais. Pelo contrário: os bairros da zona sul, em especial a região do Leblon, sede da unidade da PM que cobre esta parte da cidade, são historicamente privilegiados em termos de investimentos e presença ostensiva da polícia.

A avaliação do secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame, e do governador Sérgio Cabral, foi positiva. Beltrame considerou bem-sucedida a operação de libertação dos reféns – o que não se pode negar, em função da rendição dos bandidos e da ausência de vítimas inocentes. Cabral endossou, indo além: “Importante destacar a ação da polícia. Firme, profissional e com efetividade”.

O desfecho, felizmente sem mortes de inocentes, não pode servir para encobrir um dado preocupante da ação: a polícia não foi capaz de evitar o início de um tiroteio em via pública. Atirar ainda é um ato rotineiro no dia-a-dia dos policiais, e não há perspectiva concreta de que a preparação dos agentes de segurança esteja, hoje, substancialmente diferente do que tem sido nas últimas décadas.

Pelo relato da própria polícia, o que se tinha, inicialmente, era uma abordagem a um grupo suspeito, que evoluiu para uma perseguição, desdobrou-se em uma reação com tiros e chegou ao extremo da invasão de um estabelecimento onde centenas de pessoas ficaram em perigo. Considerando esta como a cronologia oficial da ação, pode-se concluir que a tragédia maior foi evitada – talvez, por sorte, já que é impossível prever o alcance de uma ação armada que tem, do outro lado, criminosos dispostos a reagir a qualquer custo para evitar a captura.

Quando finalmente os dez invasores do Intercontinental foram apresentados – na costumeira montagem da ‘foto oficial’ para a imprensa – teve-se a noção do tamanho da ameaça: com esta parte da quadrilha, apenas, havia oito fuzis, cinco pistolas, três granadas e farta munição – o bastante para sustentar algumas horas de trincheira.

O assustador episódio do Intercontinental pode servir, agora, para soar o alarme do quanto os seis anos de distância dos Jogos Olímpicos – e os quatro da próxima Copa do Mundo – podem passar rápido diante da complexidade de algumas soluções internas pendentes. Como se sabe, as armas e as drogas não são produzidas no Rio, nem na maior parte do Brasil – constatação óbvia que chama à ação o governo federal e as forças policiais a quem cabe cuidar de fronteiras e portos, por onde certamente passam carregamentos que alimentam uma corrida pelo armamento das quadrilhas do Rio.

A repercussão internacional da invasão do hotel – algo sempre temido em episódios de violência no Rio – certamente virá. E, entre os países que pretendem participar dos eventos dos próximos anos, esmiuçar a atuação e as falhas da polícia torna-se, a partir de agora, atividade de rotina. Afinal, reagir a uma situação de invasão de hotel, por mais que não seja algo comum no Brasil, faz parte da ‘alfabetização’ das forças de segurança de qualquer cidade que pretende receber eventos internacionais.


João Marcello Erthal


Fonte: Revista Veja

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

USP cria método mais eficaz e barato para identificar cocaína

Nova metodologia



Uma pesquisa desenvolvida na USP resultou em um método preliminar para identificar cocaína. A técnica utiliza recursos eletroquímicos e será útil na área de perícia policial.

 
"O objetivo é oferecer uma metodologia mais específica para o teste preliminar de cocaína apreendida pela polícia, já que o teste atual é colorimétrico e oferece uma grande gama de resultados falso positivos", diz a química Natália Biziak de Figueiredo, autora do trabalho.

 


Oficial de polícia anti-narcóticos retira pacotes de cocaína de saco plástica antes de destruí-los, na Cidade do Panamá






Natália explica que o teste colorimétrico usa uma solução da substância química tiocianato de cobalto, a qual, ao reagir com a cocaína, a torna azul. O problema desse método é que ele também torna outras substâncias azuis, como a procaína, a heroína e a lidocaína, comumente utilizadas na composição da cocaína como adulterantes.

 
Desse modo, a pesquisa de Natália procurou providenciar uma forma mais eficaz de distinguir a cocaína de outras substâncias. Orientada pelo professor Marcelo Firmino de Oliveira, do Departamento de Química em Ribeirão Preto, Natália criou, em sua dissertação de mestrado, dois eletrodos que funcionam em uma célula eletroquímica.

Nessa célula, mede-se o potencial elétrico para uma certa substância química. "Uma das vantagens desse método é que cada substância gera um potencial específico, facilitando a distinção da cocaína", comenta.

 
Além disso, a medição do potencial independe da quantidade de cocaína e de outras substâncias que estejam misturadas com ela. "No método colorimétrico, muitas vezes não se consegue prender quem mistura a cocaína com outros materiais, como a própria farinha de trigo. Há casos em que o amido mascara a droga e se tiver pouca cocaína, o amido pode camuflá-la", diz a pesquisadora.

 
BARATO

 
Natália também destaca que o método criado no estudo se mostrou tão eficiente quanto a técnica mais avançada utilizada pela polícia, a cromatografia líquida. Esta técnica é usada em testes finais e envolve uma série de etapas de preparação da amostra.

 
De acordo com a química, o problema deste processo é que ele é complexo e caro, pois exige grandes volumes de solventes. "A cromatografia pode chegar a usar 4 litros (L), enquanto o método eletroquímico usa em torno de 4ml (mililitros)", e acrescenta: "A técnica eletroquímica é de mais baixo custo, já que utiliza menos solventes, é mais simples de ser executada e obtém o resultado de forma mais rápida, chegando a ser cinco vezes mais rápido que a cromatografia líquida".

Apesar de sua eficiência, o método ainda não está completo, pois ainda é preciso realizar mais testes de validação com a nova técnica.

"Serão necessários mais estudos para ver se outros fatores como temperatura e pH [medida química que indica se uma solução é ácida, neutra ou básica] interferem nos resultados. A ideia é que seja usado futuramente pela polícia científica", relata Natália.

 
Para o funcionamento do método, são usados três eletrodos, um solvente para diluir a cocaína ou outra substância em estudo (como a lidocaína e a procaína) e uma célula eletroquímica.

 
Dos três eletrodos, um interage diretamente com a cocaína e os outros dois completam o circuito da célula eletroquímica. Houve a composição de dois eletrodos que trabalham com a droga, sendo um deles recoberto por um filme de hexacianoferrato de cobalto e o outro, modificado com um Salcn de níquel. Tudo no final é ligado a um equipamento que mede o potencial elétrico na qual a corrente é gerada.

 
Na célula, a cocaína sofre uma reação eletroquímica com o eletrodo de trabalho, gerando uma corrente elétrica. Essa corrente é medida pelo aparelho, que identifica o potencial elétrico da cocaína e de outras substâncias que participaram da reação.

 
Fonte: Folha de São Paulo

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

PT sugeriu usar o Exército contra os policiais no Congresso

Cassetete neles


Os petistas se esforçaram, nesta semana, para criar um fato negativo para a campanha de Dilma Rousseff à Presidência.

Na noite de terça-feira, quando agentes penitenciários invadiram o prédio da Câmara, eles aconselharam o presidente Michel Temer (PMDB-SP), e vice de Dilma, a convocar o Exército para desalojar os manifestantes.

Percebendo o desastre político de uma decisão dessas, Temer encarou os petistas: "De jeito nenhum, imagina se vou fazer uma coisa dessas".


Ilimar Franco



Fonte: O Globo

Construtora de Brasília lavava dinheiro do tráfico de drogas

Dinheiro do tráfico


A Polícia Civil do Rio apresentou nesta quinta-feira os seis empresários presos suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas. De acordo com a polícia, eles financiavam o transporte de drogas do Paraguai para os chefes do tráfico no Rio, São Paulo e outros Estados do Nordeste.

 
Os empresários são ligados ao ramo da construção civil e de seguros. Segundo a polícia, o grupo tinha ramificações em três Estados --eles foram presos ontem em Brasília, Mato Grosso do Sul e São Paulo durante a Operação Sem Fronteiras.

 
Em Brasília, todo o prédio da construtora Confel foi revistado por agentes. Os irmãos Daniel e Estevão Vieira Dias foram presos, mas um terceiro integrante, que atuava no Distrito Federal, permanece foragido.

 
Em São Paulo, a operação resultou nas prisões de Luciano Sacramento dos Santos e Raphael Souza Antunes, este último apontado pelo delegado como o principal fornecedor de drogas das facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital), em São Paulo, e do Comando Vermelho, no Rio.

 
Ludwig Max Rockel e José Ricardo Reis foram presos em Ponta Porã (MS), na fronteira com o Paraguai. Havia ainda uma mandado de prisão expedido contra Thiago Oliveira Vaz, que já estava preso em Campo Grande por outro crime.

 
ESQUEMA

 
Segundo o delegado Felipe Curi, que chefiou a operação, as investigações começaram a partir do levantamento da movimentação financeira de traficantes presos em janeiro deste ano com uma tonelada de maconha na favela da Grota, no complexo de favelas de Manguinhos, zona norte do Rio.

 
Na ocasião, a polícia encontrou uma agenda que detalhava movimentações financeiras entre maio de 2009 e janeiro de 2010. De acordo com Curi, só na favela de Varginha, em Manguinhos, os traficantes movimentaram quase R$ 17 milhões em oito meses.

 
De acordo com a polícia, Rockel e Reis eram responsáveis por comprar a droga no Paraguai, que entrava no Brasil por Ponta Porã. Santos comprava os carros que seriam utilizados para distribuí-la em comunidades de São Paulo e do Rio, e o dinheiro obtido com a venda era lavado pela construtora Confel. A polícia diz que Antunes era o mentor do esquema.

 
"O objetivo da polícia civil é, agora, seguir o dinheiro desses elementos. Ou seja, onde esse empresários, construtores que eram da alta sociedade, guardam o dinheiro auferido com a venda de droga", disse Curi.

 
A reportagem não conseguiu localizar os advogados dos irmãos Dias e de Santos, Antunes, Rockel, Reis e Vaz.


Fonte: Folha de São Paulo

terça-feira, 17 de agosto de 2010

EUA revê posição sobre crack

Politica de drogas



Em outubro de 2009, o senador Richard Durbin introduziu um projeto de lei no Congresso dos Estados Unidos que elimina a disparidade entre as penas relativas ao crack e à cocaína. A U.S. Sentencing Commission (órgão que guia a execução das penas no país) já havia sugerido a abolição dessa diferença recentemente. Com a redução das taxas de criminalidade nos últimos anos e a nova abordagem para as penas relacionadas ao crack, uma questão permanece: até que ponto vai a ameaça representada pelo crack, em termos de danos sociais?

No auge da epidemia do crack, entre 1984 e 1990, de acordo com a Drug Enforcement Agency, a penalização adotada para sufocar a violência relacionada à droga fez com que o porte de algumas gramas fosse punido com cinco anos de cadeia – mesma pena para quem portava 500 gramas de cocaína –, ainda que o crack e a cocaína em pó sejam duas formas diferentes da mesma substância ilegal.

O professor Alfred Blumstein, um dos mais influentes criminologistas norte-americanos e que recebeu em 2007 o prêmio Stockholm em Criminologia, pesquisou a fundo a ligação entre drogas ilegais e violência. Blumstein acredita que a dinâmica do mercado de crack, que colocou nas ruas dinheiro e armas, se associou às massivas prisões e precipitou o súbito aumento nos índices de violência no fim dos anos 80.

Blumstein associa a onda de violência ao fato de o mercado do crack cair em mãos cada vez mais jovens - menos tímidos no uso das armas. A forte repressão ao mercado da droga fez com que jovens fossem recrutados para o tráfico como substitutos para traficantes mais velhos que eram sistematicamente presos. Blumstein ressalta essa guinada para uma cultura armada entre os jovens. "Além disso, seus amigos da rua, que não tinham envolvimento com o tráfico de drogas, também adquiriam armas para imitar todos aqueles envolvidos no tráfico – e também para se proteger deles".


O fim do super-predador

Blumstein não acha que as prisões serviram como obstáculo para a violência armada. "A legislação e as prisões nada mais fizeram que gerar mais substitutos enquanto ainda existia a demanda. Ao remover os traficantes de drogas das ruas, abre-se caminho para traficantes cada vez mais jovens, armados e mais propensos a praticar e disseminar a violência", explica.

A violência realmente caiu mais de 40% no período entre 1993 e 2000, mas o criminologista atribui essa redução a uma queda na demanda, que pode ser resultado de uma experiência direta. "As pessoas viram os horrores do crack causado aos seus irmãos, pais e amigos de longa data", afirma o especialista. Ele acredita que a baixa da demanda também coincidiu com uma economia mais forte e robusta, na qual os jovens que não eram mais necessários aos mercados de crack encontraram outras opções. Para professor, "o efeito do cárcere foi muito mais limitado".

O boom do crack representou uma onda de crimes violentos que atingiu especialmente jovens afro-americanos entre 13 e 17 anos, o que pode ser ilustrado por uma taxa de homicídios que, de acordo com relatórios, quadruplicou entre essa população. O medo da violência jovem gerou um exagero da mídia, retratado com bastante eloquência através do conceito de "super-predador": jovens negligenciados, expostos à pobreza e às drogas ilegais foram apontados como uma ameaça à segurança. Blumstein, por sua vez, é categórico: "O super-predador foi uma explicação retórica para o aumento do crime no fim da década de 80, mas esse grupo distinto da população nunca existiu".


Consumo de crack ainda é alto nos EUA

A cobertura midiática em relação ao crack diminuiu bastante nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que as estatísticas sobre o consumo da droga são escassas. Em artigo publicado em 2005 no jornal The New York Times, os autores Stephen J. Dubner e Steven D. Levitt discutem se o uso de crack diminuiu de fato no país. Observando a falta de dados, os pesquisadores argumentam que há indicações que o uso do crack ainda é significativo, citando uma queda nas prisões relativas à cocaína de somente 15% desde 2000. No mesmo ano, “norte-americanos ainda fumavam crack numa proporção de 70% do que era fumado na época do auge da droga”, afirmam.

Mas eles alegam que o perfil dos usuários de crack mudou, “o consumo do crack é três vezes mais comum entre pessoas perto dos 40 anos do que no fim da adolescência ou aos vinte e poucos anos”, revelam. Mas, mais importante que isso, os preços do crack caíram em torno de 75% desde seu auge, nos anos 80. "Como droga, ele produz menos dano social hoje", dizem os autores.

Mas quais são os danos causados pelo consumo do crack? O médico John C. M. Brust, professor de Neurologia Clínica na Universidade de Columbia e diretor do Serviço de Neurologia do Hospital Harlem, em Nova York, diz que, embora a substância ativa do crack seja levada mais rapidamente ao cérebro, os efeitos não se diferenciam muito dos provocados pela cocaína.

"Com relação à violência entre os usuários de cocaína, a droga é a psico-estimulante e produz hiperatividade, impulsividade e paranóia – efeitos comportamentais particularmente indesejados entre jovens do sexo masculino. Pode haver uma progressão para psicose alucinatória e para o delírio", explica.

O médico comenta, apesar disso, que a maior parte da violência associada à epidemia de crack, seja na América do Norte ou do Sul, foi um resultado da ilegalidade da droga e do potencial para alto lucro que sua comercialização gera. "A cocaína não é única nesse aspecto – vocês certamente devem estar acompanhando um virtual colapso social em partes do México, que resulta do tráfico de heroína", afirma.

As preocupações quanto aos efeitos a longo prazo do uso de crack foram especialmente grandes em relação ao medo do desenvolvimento dos “bebês-do-crack” – crianças geradas por mães usuárias de crack. Mas estes temores não foram confirmados na prática: Brust aponta que não é possível distinguir a exposição à cocaína na barriga da mãe de outros fatores.

"O medo manifestado pela mídia de que os "bebês-do-crack", com deficiências mentais, lotassem as escolas, se revelou exagerado, mas isso não significa que se deva excluir a possibilidade de haver ocorrência de efeitos comportamentais ou cognitivos sutis. É difícil determinar quais são os efeitos específicos, no útero, da cocaína (ou até mesmo de outras drogas) quando o contexto é de falta de cuidados pré-natais adequados, incompetência por parte dos pais e responsáveis, pobreza, e outras drogas, entre elas o álcool e o tabaco.”


Crack e AIDS

Uma vez que o dano causado pelo mercado de crack diminuiu e os efeitos da droga no corpo já são conhecidos e equivalentes àqueles decorrentes do uso de cocaína, outra ameaça à saúde pública vem à tona, quando se trata especificamente do consumo de crack: sua associação à disseminação do vírus HIV.

Um novo estudo publicado em outubro no Canadian Medical Association Journal (CMAJ) defende que “pessoas que fumam crack correm risco muito maior de contraírem o vírus HIV”. Além disso, o estudo propõe que “kits de uso seguro” de crack sejam distribuídos e quartos de inalação sejam adotados para minimizar a transmissão, apontando tanto inflamações na boca quanto o uso de charutos de crack como possíveis meios de transmissão do vírus.

Embora os críticos não estejam convencidos do vínculo entre uso de cachimbos de crack e a transmissão da doença, eles de fato se mostram preocupados com a associação entre o consumo de crack e o vírus HIV em virtude, isso sim, de comportamentos sexuais de alto risco, como, por exemplo, a troca do sexo por pedras de crack mundo afora.


Lis Horta Moriconi

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Comandante Geral

O perfil a ser exigido desse Oficial



Baseado na matéria "Como se tornar um líder do século 21" da Revista Época Negócios, apresentamos abaixo as características necessárias aos Comandantes Gerais das Polícias Militares, visando orientar os profissionais nesta função sobre as competências desejadas neste novo século. Onde está escrito CEO leia-se Comandante Geral.

Talento para lidar com pessoas. Disposição para encarar a complexidade. Espírito de equipe. Essas competências ganham o centro de uma transformação que vai forjar as novas lideranças e mudar as empresas. Você está preparado?



Em uma pesquisa divulgada no mês passado, a IBM constatou que 79% de um grupo de mais de 1,5 mil CEOs de 60 países e 33 setores espera aumento da complexidade, mas apenas 49% sente-se preparado para enfrentá-lo. Entre as empresas americanas, 67% admitiram, em outro levantamento recente, que seus principais gestores precisam aprimorar habilidades de liderança, e 53% afirmaram sentir falta de competências como planejamento estratégico e habilidades de comunicação.

Recém-saídas de um torpor de décadas para uma recessão global, muitas companhias se deram conta de que são comandadas por líderes do século passado. Entre as deficiências, as mais citadas têm relação com a gestão de pessoas.

ATIVOS INTANGÍVEIS

A mudança de paradigma traz um novo leque de competências exigidas dos líderes contemporâneos. Algumas delas formam uma pequena agenda do bem, como o compromisso com o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Não é por acaso que executivos acima do peso deram lugar a profissionais em forma, muitas vezes com físicos – e rotinas – de atleta. O cuidado com o corpo e com a mente passou a ser reverenciado. Quem diz não ter tempo para isso provavelmente não se preocupará com o bem-estar de seus liderados.

Jim Kouzes e Barry Posner, autores do best-seller O Desafio da Liderança, realizaram recentemente uma pesquisa com milhares de profissionais dos mais variados níveis sobre as qualidades que desejam em seus líderes. O atributo visionário só perdeu para honesto. Foi selecionado por 72% dos respondentes. “Essa é a boa notícia”, afirmam Kouzes e Posner no ensaio que escreveram para o livro A Nova Organização do Futuro. “A má é que os líderes de hoje são péssimos nisso.” Isso acontece em parte porque os profissionais e as empresas são reféns do presente, pedalando incessantemente a bicicleta dos lucros trimestrais, o que os impede de parar, por alguns minutos que seja, para pensar além dos três meses que estão adiante. Isso não é novidade no mundo das companhias abertas, mas a maior complexidade dos problemas, as doses cavalares de incerteza e as jornadas de trabalho sem fim não facilitam a vida de quem tem a obrigação de ser visionário. Não é à toa que não existem muitos Steve Jobs por aí.

REFLEXÃO EM GRUPO

Mas isso não serve de desculpa. “Lamentamos informar que nenhuma dessas pressões que mantêm as pessoas reféns irá cessar”, afirmam Kouzes e Posner. “Apesar das pressões diárias que mantêm sua mente aprisionada, você pode ser mais orientado para o futuro.” As dicas da dupla são de uma simplicidade desconcertante. E começam no tempo presente: perceba melhor o que acontece à sua volta e preste atenção aos sinais tênues. Maior consciência da situação atual tende a ajudar a pensar nos problemas e projetos que estão por vir. Melhor ainda se a reflexão for feita em conjunto. “O que as pessoas querem ouvir não é a visão do líder; querem ouvir coisas sobre suas aspirações”, afirmam os autores. “Para ser capaz de descrever uma imagem convincente do futuro, você precisa ser capaz de compreender o que os outros querem.” É como se, para articular sua visão, o líder precisasse tomar emprestados os óculos de sua equipe.

O debate sobre a competência no trabalho já enveredou por uma corrente irônica batizada de antiadministração. Uma de suas contribuições é o Princípio de Peter, cunhado em 1968 pelo educador canadense Laurence Peter, que afirma: “Em uma hierarquia, todo empregado tende a subir até seu nível de incompetência”. Logo, “com o tempo, todo posto tende a ser ocupado por um funcionário que é incompetente para cumprir seus deveres”. A conclusão é que o trabalho é realizado pelos colaboradores que ainda não atingiram seu nível de incompetência. Depois de 42 anos, a máxima é aplicável a um universo corporativo cuja característica mais desafiadora é a tendência de aumento da complexidade. Primeiro, pela quantidade avassaladora de dados disponíveis para o gestor. Segundo, pelo aprofundamento da globalização. Um vulcão na Islândia impacta uma cadeia de suprimentos que termina na periferia de São Paulo. Tudo isso leva o ser humano a se deparar com o limite de sua incompetência.

Muita gente boa já se convenceu de que é diante do desafio de fazer algo que ainda não sabemos que o aprendizado profissional se dá de forma mais rica. Desde que se tenha o que a Korn/Ferry, uma consultoria em recursos humanos, chama de agilidade de aprendizagem. Isto é, talento para descobrir algo diferente que possibilite um bom desempenho em circunstâncias desconhecidas. “Lidar bem com mudanças e situações novas é um indicador mais forte de potencial e desempenho no longo prazo do que apenas inteligência”, diz Sérgio Averbach, presidente da Korn/Ferry na América do Sul.

FORMAÇÃO HUMANÍSTICA

Adquirir competências fora da sala de aula é um caminho incontornável para os candidatos a líderes da era pós-autoritária. O executivo do século 21 tem de aprender a vida toda. E não pode estar centrado apenas no conhecimento técnico. Valoriza-se, cada vez mais, uma formação humanística. Além da disposição para acompanhar a evolução da física, da biologia, da neurociência. A universidade de Berkeley, na Califórnia, está buscando esse equilíbrio entre gestão e cultura e já incorporou teatro, filosofia e outras disciplinas estranhas às escolas de negócios em seu curso de formação de executivos. “Os presidentes de empresa têm de se transformar em contadores de histórias”, diz Moisés Sznifer, sócio da consultoria Idea Desenvolvimento Empresarial. “Isso eles vão aprender no teatro e na literatura.”

Alexandre Prates, diretor do Instituto de Coaching Aplicado, está concluindo um estudo intitulado A Reinvenção do Profissional. Ele trata do que chama de competências do executivo do futuro – aquele que, supostamente, será disputado pelas organizações, independentemente de sua área de atuação. Prates destaca duas transformações entre aquelas que, nos últimos anos, apressaram a chegada do futuro: a crise global e o crescimento da classe C no Brasil, que forçou empresas, acostumadas até então a interagir com a classe média tradicional, a lidar com um novo consumidor. “As organizações tiveram de se adaptar às mudanças e, com isso, aperfeiçoaram seus processos de gestão, exigindo amadurecimento de seus profissionais”, afirma Prates. “Algumas competências tornaram-se fundamentais para que o profissional possa atender a esta nova demanda do mercado.” Entre elas estão cultura – “mais do que educação, estamos falando de conhecimento profundo, não perecível” – e obsessão por aprender.

Gurus de negócios e suas receitas do tipo tamanho único andam em baixa entre os altos executivos. O CEO de hoje não quer conhecimento pasteurizado, quer conteúdo sob medida. Tornou-se comum a prática de levar consultores renomados à companhia para discutir negócios em profundidade. Ou ir até eles. Em maio, depois de anos acalentando a ideia de trazer Jim Collins para reuniões de trabalho no Pão de Açúcar, Abilio Diniz, o principal acionista da empresa, levou sua diretoria executiva para Boulder, no Colorado, onde vive o consultor. Autor de clássicos contemporâneos como Empresas Feitas Para Vencer – que Diniz leu, fascinado, em 2005 –, Collins é possivelmente o pensador de negócios mais influente do momento. “É o sucessor de Peter Drucker”, afirma o headhunter Darcio Crespi, da Heidrick & Struggles.

Ele é socrático. Faz perguntas que dão origem a dinâmicas. “Quantas pessoas certas vocês têm na sua empresa?” “Quantas estão nos cargos-chave?” “Quantos cargos-chave existem na companhia?”

Conceitos de Collins: Tenha as pessoas certas no ônibus, coloque-as nos lugares corretos e não se preocupe, elas vão encontrar o melhor caminho.

ATRIBUTOS DO SÉCULO 21

O desenvolvimento para valer acontece no dia a dia. É assim que deve ser, a julgar por três dos mandamentos da agilidade de aprendizado elaborados pela Korn/Ferry: Toda e qualquer competência pode ser desenvolvida; As melhores oportunidades de desenvolvimento estão no próprio trabalho; Profissionais com potencial têm facilidade para desenvolver novas competências.

Mas atenção: aprender com a mão na massa é bem mais do que levantar cedo e ir para o trabalho todas as manhãs. Se você está cumprindo por dois ou três anos tarefas com as quais se acostumou, provavelmente não está aprendendo. Autoaperfeiçoamento profissional é um pouco como musculação. Uma competência só se desenvolve quando é exigida rotineiramente. Dói, causa desconforto, mas, com disciplina, dá resultados.

Pouco antes de morrer, em abril passado, C.K. Prahalad, o teórico do capitalismo social, cunhou uma última metáfora para o presidente de empresa contemporâneo. “Bons líderes são como cães pastores. Têm de seguir três regras: latir muito, mas não morder; ficar atrás do rebanho, não adiante; saber aonde ir sem perder o rebanho.”

“Toda uma dimensão das competências do século 21 tem a ver com gerir pessoas. A regra não é mais comando e controle”, diz Subramanian Rangan, professor da escola de negócios Insead e estrela em ascensão no circuito dos pensadores de negócios.

Leia mais em:

Terroristas ou Refugiados

Paquistaneses presos no Brasil



Quatro homens de 21, 29, 34 e 35 anos, de origem paquistanesa, foram detidos no quilômetro 184 da BR-060, próximo a Abadia de Goiás, por ingressarem de forma ilegal no País. Além dos paquistaneses, foi detido um homem de 24 anos, do Afeganistão, que encontra-se refugiado. Eles eram passageiros de um ônibus que fazia a linha Porto Velho (RO)/Brasília (DF). Os cinco foram encaminhados a Polícia Federal em Goiânia.


 
Fonte: Jornal O Popular

sábado, 14 de agosto de 2010

Governador aconselha a não sair à noite e usar avenidas principais

México



O governador do Estado mexicano de Chihuahua (norte) recomendou aos cidadãos de Ciudad Juárez que fiquem em casa após o trabalho e que andem pelas avenidas principais devido ao atual problema de violência, informou nesta terça-feira a imprensa mexicana.


Durante uma visita à considerada cidade mais violenta do país, na fronteira com El Paso (EUA), José Reyes Baeza pediu à população para aumentar os cuidados com a ameaça de grupos delinquentes que disputam as rotas de tráfico de armas e drogas aos EUA.

"Devem mudar certas rotinas, andar pelas avenidas principais, tratar de ficar em casa nas horas adequadas depois de acabar a jornada de trabalho", sugeriu Reyes Baeza.

Ele afirmou que as autoridades policiais também deveriam mudar "certas rotinas" e tornar mais rígidos alguns procedimentos "para serem mais eficazes e proteger a vida dos integrantes das corporações da polícia".


Fonte: Jornal Folha de São Paulo

Comentários do BLOG:

O Governador está determinando a Polícia para matar mais pessoas, em outras palavras é claro!

Policiais federais prendem os próprios chefes

México



Cerca de 300 policiais federais em Ciudad Juárez, no México, prenderam neste domingo os seus próprios chefes, acusados de extorsão e de proteção a grupos de crime organizado.

 
Os agentes invadiram o hotel onde se hospedavam quatro comandantes da Polícia Federal mexicana. Os chefes foram retirados à força e com violência.

 
Os policiais federais acusaram seus comandantes de suspender o policiamento na cidade nos dias em que traficantes transportavam drogas no local. Além disso, os chefes são acusados de cobrar cotas diárias dos policiais.


VIOLÊNCIA


Ciudad Juárez fica na fronteira com os Estados Unidos e é considerada a cidade mais violenta do México. Nos últimos dois anos, mais de 6 mil pessoas já foram assassinadas em Ciudad Juárez, de acordo com estatísticas oficiais.

 
A Polícia Federal foi enviada justamente para Ciudad Juárez para fiscalizar a polícia local, acusada de estar infiltrada por pessoas ligadas aos cartéis de drogas.

Dezenas de estabelecimentos comerciais da cidade foram queimadas porque seus proprietários se negaram a pagar extorsões a criminosos.

 
A Polícia Federal deveria acabar com as extorsões, mas segundo os agentes se rebelaram neste final de semana, os comandantes da corporação passaram a cometer delitos. Os agentes acusam seus chefes de "plantar" droga junto a presos, para chantageá-los.

 
Os próprios agentes também teriam sido vítimas de extorsão, sendo obrigados a pagar uma cota de US$ 230 por dia aos chefes. Até mesmo a munição para as suas armas estaria sendo cobrada pelos comandantes.

 
A rebelião começou depois que um dos agentes foi preso supostamente por tráfico de maconha. Segundo os agentes, a droga foi "plantada" junto ao policial.

A corrupção na polícia é um dos problemas mais graves do México. O ministro da Segurança, Genaro García Luna, disse que os cartéis de drogas investiram US$ 98 milhões por ano em suborno de policiais locais.

 
O salário baixo dos agentes - cerca de US$ 300 por mês - é um problema, segundo o ministério.



Fonte: Jornal Folha de São Paulo

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Tráfico já matou 200 neste ano

Violência Urbana



Cerca de 200 pessoas foram assassinadas neste ano em Goiânia por estarem de alguma forma envolvidas com drogas. Isso significa que quase 80% dos 254 crimes de morte ocorridos até o início da noite de ontem têm relação direta ou indireta com o tráfico de drogas. As três últimas vítimas, mortas na noite de quarta-feira e madrugada de ontem em diferentes setores, segundo a polícia, eram usuárias de drogas. "Todos eram desempregados, estavam em locais ermos e eram viciados em droga", afirmou o delegado Jorge Moreira da Silva, titular da Delegacia de Investigações de Homicídios.

Jorge Moreira conta que Danilo Adriano Teófilo da Cruz, de 28 anos, era usuário de drogas e foi morto ao cobrar uma dívida às 21h30 de quarta-feira, na Rua SC-53, no Bairro São Carlos. Dois homens se aproximaram dele, que estava armado com um facão e uma faca, e assim que ele cobrou a dívida, um deles, que seria Eliezer Rodrigues Ferreira Silva, atirou três vezes à queima-roupa. Danilo Adriano já havia sido preso por roubo e receptação.

Sebastião Alves Neto, de 22, foi morto com um tiro no peito e outro na mão, às 2h20 de ontem, na Avenida Guaicurus, no Setor Progresso. De acordo com a polícia, era usuário de crack havia dois anos e tido pela família como um rapaz desequilibrado e agressivo, tendo já agredido o próprio pai, a quem ameaçou de morte. Ele já havia sido preso por roubo.

Thiago Pereira Soares, de 26, foi morto a tiros, às 2h25 de ontem, na Avenida Engenheiro Fuad Rassi, no Setor Crimeia Leste. Ele havia saído do regime semiaberto recentemente e era usuário de drogas, com passagem por roubo, de acordo com os registros policiais. Ele estava em um bar quando dois homens em um carro preto passaram e atiraram contra ele. "A maioria das mortes está ligada à droga. É uma pandemia. Não é um caso de Goiânia. Acontece no mundo todo", disse Jorge Moreira.

Ao assumir recentemente a Secretaria de Segurança Pública, a delegada Renata Cheim, que já foi titular da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), disse que a gestão dela será marcada pelo combate ao tráfico e admitiu que o aumento da venda e consumo de drogas aumenta a criminalidade como um todo.

Jorge Moreira explicou que por causa do tráfico outros crimes são cometidos. O usuário torna-se pequeno traficante para manter o próprio vício e quando não o faz, pratica furtos, roubos e até estupros. Outra modalidade nova de tráfico é pelo sistema de consignação.

O usuário pega do traficante uma quantidade de droga, principalmente o crack, usa e vende para acertar depois com o fornecedor. "Ocorre o homicídio, entre outras situações de desacerto, quando o usuário muda de traficante ou quando fica devendo", comentou.

Titular da Denarc desde ontem, o delegado Deusny Aparecido Silva Filho, ex-titular do Grupo Antiassalto a Bancos (GAB) da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), disse que vai fazer uma parceria com a Delegacia de Homicídios e com a Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores. "Sabemos que o tráfico e o uso de drogas fomentam outros crimes e vamos combater isso", disse.

Ao assumir a Denarc, Deusny conta com o apoio da secretária de Segurança Pública. Deusny revela que a missão não é fácil, mas diz que dará continuidade ao trabalho desenvolvido pela própria Renata Cheim na delegacia.

Até o fim de junho deste ano, a Denarc havia prendido em flagrante 205 pessoas e indiciado 151 usuários de drogas somente em Goiânia e apreendido mais de 254,2 quilos de drogas, entre maconha, cocaína em pó, em pasta e em pedras de crack.

De acordo com a Superintendência do Sistema de Execuções Penais (Susepe), da Secretaria de Segurança Pública, 22% dos homens presos atualmente em Goiás são acusados ou cumprem pena por tráfico. Na população feminina em cárcere atualmente no Estado, o número é bem maior, de 62%.


 
Rosana Melo


 
Fonte: O Popular

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Serra e o programa para a segurança

Eleições 2010




O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, lança seu programa de segurança pública amanhã, em Salvador (BA). O carro-chefe de sua proposta é a criação de um Ministério da Segurança Pública.

O tucano tem defendido que o governo federal tenha mais peso nessa área e socorra os estados. Já o governo Lula lançou de afogadilho um programa de combate ao consumo de crack, que afeta principalmente os jovens.

Serra também defende um reforço da repressão nas fronteiras do país e uma atitude mais dura com os governos de países produtores de drogas, como a Bolívia (cocaína) e o Paraguai (maconha).


Ilimar Franco



Fonte: O Globo

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

EDITORIAL

México e Brasil



O México era um país pacífico, com taxas criminais padrões das nações subdesenvolvidas, muito abaixo das da América Latina e distante mais ainda das verificadas no Brasil.

Mesmo fazendo fronteira com o maior consumidor mundial de cocaína, os Estados Unidos da América, esta nação não era influenciada negativamente pela viciada.

Contudo, após anos de combate ao tráfico de drogas via marítima pelos EUA, os traficantes resolveram fincar territórios nas cidades fronteiriças mexicanas, estabelecendo a era do terror nessas localidades e desestabilizando todo um país, social e politicamente.

Verifica-se no México a influência das Maras, gangues de adolescentes viciadas e traficantes, onde a violência extrema é sua principal propaganda. As Maras surgiram nas periferias das grandes cidades americanas, compostas por latinos americanos sem emprego e futuro, em um país estranho que não os respeitava como humanos, tendo o sonho americano no pensamento (ficar rico rapidamente) e tendo em comum a língua (espanhol).

Presos e trancafiados pela polícia americana, os integrantes de diversas gangues tiveram nos presídios a oportunidade de criarem uma grande organização (Maras). Na tentativa de exportar o problema os americanos expurgaram do seu território os integrantes dessas quadrilhas que, ao chegarem em seus países, assumiram a criminalidade e deslocaram para as fronteiras do México.

O governo mexicano, verificando que as suas polícias não estavam capacitadas para o enfrentamento desta organização criminosa, quer seja pelo pouco efetivo, armamento inferior, treinamento ineficaz e corrupção ativa, resolveu empregar suas melhores tropas, o Exército Nacional através das suas Forças Especiais.

No início o Exército ocupou, como manda os manuais militares, os locais de concentração criminosa, e iniciou o combate fogo contra fogo, aumentando de forma estrondosa as taxas de homicídios naqueles territórios. 

Com o passar do tempo verificou-se que esta estratégia apresentava falhas, visto que a tropa permanecia longo tempo em contato direto com os criminosos e começava a trocar de lado, principalmente devido ao fator monetário que era superior ao oferecido pelo Estado.

O pior cenário começa a acontecer, as forças do governo estão enfrentando as forças treinadas pelo governo a serviço dos traficantes. O problema que antes era social, localizado, merecendo uma atenção especial do governo, necessitando de altos investimentos em sua polícia, tornou-se uma ameaça a Nação.

No exato momento as tropas federais estão impotentes e as forças policiais continuam com a mesma estrutura que havia no início do problema. O agravante é que o Exército não consegue reduzir a troca de lado dos seus componentes. Ressalto que são os membros das Forças Especiais.

Neste momento a probabilidade de uma ruptura política no México, onde o tráfico assumirá o poder do Estado, é iminente. Os países fronteiriços com o México sentem-se ameaçados por serem as próximas vítimas e os Estados Unidos já planejam uma intervenção neste país, como condição de sobrevivência da sua população em um futuro não distante.

O Brasil deve observar o momento mexicano e atualizar suas táticas, visto que em passado recente foi proposto que as Forças Armadas deveriam combater o tráfico como o México está fazendo. Unidades do Exército Brasileiro estão treinando policiamento urbano no interior do Estado de São Paulo, através da premissa de garantir a Lei e a Ordem.

Ressaltamos que o contato das Forças Armadas com o tráfico promiscui suas tropas e corrompe seus líderes, como é o caso da Venezuela, Colômbia, Bolívia, Paraguai, Paquistão, Afeganistão e tantos outros países.

Crime Organizado se combate com polícia ostensiva nas ruas  e polícia investigativa na inteligência, em grande número, bem treinadas, equipadas e remuneradas de forma digna. Afinal, quem se voluntária para trocar tiros com traficantes por uma miséria de salário: Ninguém!

O que acontece no México irá acontecer no Brasil, visto que seremos uma nação de primeiro mundo nos próximos 20 anos e, em consequência, teremos o aumento do consumo de drogas (como os EUA) e seremos vizinhos fronteiriços de países pobres que fabricam e distribuem drogas (Bolívia, Paraguai, Colômbia, Venezuela, Equador, etc).

Concluindo, ou o Brasil investe urgentemente em mão de obra qualificada nas suas polícias ou emprega o seu Exército neste combate. O resultado de qualquer uma dessas medidas nós já sabemos, o que não se deve é esperar 20 anos para colocar em prática o que é emergente hoje.

Maquiavel sustentava que “o povo conspira com quem o protege”. Esta máxima independe se o protetor é um governo eleito democraticamente ou um narcotraficante imposto pelas mortes que causou. 

Pense no assunto e estude a respeito.


Major Giovanni Valente Bonfim Júnior

México, drogas - 3 mil assassinatos em 18 dias

Deu em O Globo


O governo mexicano informou nesta terça-feira que, apenas nos últimos 18 dias, o país teve 3.174 assassinatos relacionados ao tráfico de drogas, 176 por dia, número 13% maior que o último registro oficial.
Segundo Guillermo Valdés, diretor do Centro de Investigação e Segurança Nacional (Cisen, órgão de inteligência), a quantidade de mortes violentas registrou uma ascensão desde 2006 e, considerando este ano, supera 28 mil.

Os números foram apresentados por Valdés diante do presidente mexicano, Felipe Calderón, de jornalistas, especialistas em segurança e acadêmicos. Como comparação, ao longo de todo 2009 houve 9.635 assassinatos no México.

Após a divulgação dos dados nesta terça, Calderón se disse de acordo com a abertura de um debate nacional sobre a legalização das drogas. Na segunda, a associação México Unido contra a Delinqüência considerou tal possibilidade como uma alternativa para enfrentar o crime organizado.

- O debate gerado aqui de regulação das drogas é medular, deve acontecer dentro de uma pluralidade democrática. Devem ser analisados sempre, a fundo, os convenientes e inconvenientes. Argumentos de uns e outros são fundamentais - afirmou o presidente, em declarações reproduzidas pelo jornal local "El Universal"
Desde que assumiu o poder, no final de 2006, Calderón declarou guerra aos grupos de narcotraficantes e enviou milhares de soldados e agentes federais para os estados onde o conflito é mais intenso, como os da fronteira com os Estados Unidos.


Fonte: Blog do Noblat

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Hacker cria torre pirata para interceptar celulares

Segurança zero



O hacker e pesquisador Chris Paget exibiu ontem num evento de segurança em Las Vegas o conceito de uma torre de celular pirata que é capaz de desviar as conexões de telefones celulares para si e assim interceptar ligações e informações dos aparelhos. Com isso, demonstrou como pode ser frágil a privacidade nas redes das operadoras.


As ligações de telefones celulares são completadas através da passagens por torres conhecidas como ERBs (estações rádio-base). Usando basicamente um notebook e duas antenas de radiofrequência, Paget conseguiu que parte dos celulares de todos na plateia que assistiam a sua palestra se conectassem automaticamente à estação pirata. O mais grave: mesmo que as chamadas sejam criptografadas (isto é, ocultas sob um código) elas podem ser interceptadas, pois o sistema consegue desligar a criptografia.

A estação espiã foi construída para interceptar celulares da tecnologia GSM de segunda geração (2G), mas o hacker afirmou que não seria difícil grampear também uma rede 3G, bastando para isso dificultar a passagem desse sinal, o que faria com que os aparelhos recorressem à rede 2G e assim se conectassem com a falsa torre. Veja mais sobre o assunto aqui.


Fonte: Blog Segurança Digital

Goiás tem mais de 35 mil foragidos

equivale à população de um município de médio porte


A quantidade de foragidos da Justiça em Goiás equivale ao número de habitantes de municípios de médio porte do interior do Estado, como Santa Helena de Goiás e Cristalina. São 35.560 mandados de prisão em aberto, decretados pelo Poder Judiciário e que estão pendentes de cumprimento, de acordo com levantamento feito pelo Ministério Público Estadual (MP).

A população de Santa Helena, localizada no Sudoeste Goiano, é de 35.027 moradores, e a de Cristalina, no Entorno de Brasília, é de 36. 614 habitantes, conforme aponta contagem populacional divulgada em 2007 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

O quantitativo inclui mandados para prender condenados pela Justiça e decretados contra pessoas que respondem a processo, mas que não compareceram quando foram chamadas pelo Poder Judiciário. Devido à fuga, o juiz determinou a prisão.

Somente em Goiânia, são 8.535 ordens para recolhimento de foragidos, número que supera população de 153 municípios goianos, mais da metade do total (existem 246 municípios no Estado).

 
Entorno do DF



No segundo lugar do ranking está Formosa, com 2.714 mandados de prisão para serem cumpridos. Localizado no Entorno do Distrito Federal, o município forma com as cidades vizinhas um conjunto que possui mais de sete mil foragidos da Justiça.
 No entanto, a população de Formosa somada à de Abadiânia, Águas Lindas, Alexânia, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Cristalina, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso equivale a 65% dos habitantes da capital.

 
Desorganização



A sequência de cidades com maior número de foragidos acompanha o nível de acumulação de riquezas e circulação de dinheiro e mercadorias. Aparecida de Goiânia, Anápolis e Itumbiara ultrapassam a marca de mil mandados cada uma.
 "São cidades que cresceram de forma acelerada sem o poder público prover com serviços básicos, o que gerou o que os teóricos chamam de chamam de desorganização social", avaliou a socióloga Dalva Borges, professora da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ela tem na violência uma de suas principais linhas de pesquisa.

O saldo desse processo desordenado de crescimento foi o desemprego, miséria, moradias precárias, sem saneamento, saúde e educação. No caso do entorno do Distrito Federal, as cidades servem como dormitório para quem, de fato, vive em Brasília, pois é na capital federal que essas pessoas trabalham e passam a maior parte do tempo. "Esta condição favorece o crescimento da violência", complementa a pesquisadora.

Na parte de baixo da lista à disposição do MP estão municípios menores: Cachoeira Dourada, Maurilândia e Montividiu, cujos dados mostram a inexistência de ordens de prisão nestas localidades. Outros 10.684 mandados estão duplicados ou foram efetuados contra o mesmo foragido.
 
Lista será revista por promotorias

 
O levantamento realizado pelo Centro de Apoio Operacional Criminal do MP dividiu foragidos por comarcas. Cada promotor receberá a lista para verificar quais mandados são válidos. "Pode ser que tenham mandados arquivados, ou cumpridos ou revogados, mas ainda não comunicados pelo juiz. Esta medida evitará constrangimentos e que se cometam injustiças, como prender uma pessoa indevidamente", disse o promotor José Carlos Miranda Nery.

A iniciativa do MP antecipa a criação do Cadastro Nacional de Mandados de Prisões, alvarás de soltura e apreensão de adolescentes em conflitos com a lei. O sistema ainda não está em funcionamento, mas será alimentado pelos órgãos de Justiça, Segurança Pública e Ministério Público, que também poderão realizar consultas. O cadastro objetiva dar efetividade no cumprimento de ordens de prisão e maior controle da população carcerária, além de fomentar projetos de investimentos na estruturação do sistema prisional.

Após verificação da validade dos mandados, o MP solicitará o cumprimento das ordens por parte das polícias Civil e Militar. A prioridade será dada aos foragidos que cometeram crimes hediondos, como homicídio, estupro e latrocínio. O rastreamento da localização dos fugitivos será feito a partir de parcerias com a Celg, Saneago, Câmara de Dirigentes Logistas (CDL) e empresas de telefonia, que fornecerão os endereços.

A busca por bancos de dados de diferentes órgãos e empresas privadas foi motivada pela inexistência de um arquivo unificado. Outra dificuldade refere-se à possibilidade de fazer carteiras de identidade em diferentes Estados da federação. É possível que a mesma pessoa tenha vários documentos, o que emperra a busca pelo foragido. "No Brasil, até os veículos tem sistema de identificação unificado, com o Renavam, mas a pessoa não tem. O que tem prevalecido são os interesses financeiros, já que as multas rendem aos cofres públicos", disse o professor de Direito Penal, Roberto Rodrigues, que também é vice presidente do Conselho Penitenciário de Goiás.

 
Cumprimento de mandados sem critério

 
Não existe um critério estabelecido para definir a ordem de cumprimento dos mandados. O ideal seria que as prisões fossem efetuadas assim que ocorresse a decisão judicial, mas "a polícia não tem condições de fazer isso", explica o presidente em exercício da União Goiana dos Policiais Civis (Ugopoci), José Virgílio Dias de Sousa. "Acaba que os crimes hediondos, que chamam mais atenção da sociedade, são cumpridos primeiro".

O quadro de profissionais da Polícia Civil na ativa hoje é composto por 3.576 servidores públicos. Segundo a Ugopoci, existe um déficit de 780 escrivãos e de 1.063 investigadores. A falta de pessoal diante do volume de mandados deixa a polícia sujeita a pressões de quem deseja ver a ordem judicial cumprida. "Quem está no meio fica vulnerável a isso. É perigosa essa relação, que gera promiscuidade. Sabemos que aqui e ali acontece um problema, não podemos tapar o sol com a peneira", reconhece Virgílio, referindo-se à possibilidade de haver corrupção.

Titular da Delegacia de Capturas, Eli José de Oliveira sustenta que tem feito um "pente fino" com os foragidos da Justiça. O delegado distribui semanalmente 50 mandados para cada uma de suas cinco equipes compostas por dez policiais, que vão à procura dos fugitivos. O resultado é uma média de 18 a 20 presos por cela, quando a capacidade é de quatro por cárcere. Mas a carceragem da Capturas já chegou a abrigar 50 presos.

A responsabilidade pela apreensão dos foragidos também recai sobre a Polícia Militar, que recolhe cerca de 12 foragidos por dia na capital. A política dos militares é de prender prioritariamente os responsáveis por crimes mais graves, com maior potencial ofensivo. "A gente prende e a Justiça solta. Além disso, tem a falta de vagas para os presos, o que desestimula o trabalho policial", afirmou o Comandante do Policiamento da Capital, Coronel Júlio César Motta.


Alfredo Mergulhão


Fonte: Jornal O Popular

domingo, 1 de agosto de 2010

Maconha sintética começa a virar problema de saúde pública nos EUA

Número de complicações causadas pelo produto salta de 13 para 766 em um ano, diz especialista



Uma mistura de ervas e produtos químicos apelidada de K2, que é vendida legalmente nos Estados Unidos como incenso mas que produz efeitos semelhantes aos da maconha quando fumada, está levando um número crescente de pessoas aos hospitais, informam médicos.

O aumento súbito no número de chamadas de emergência já levou dez Estados a banir o K2 e outras marcas dos chamados produtos de maconha.sintética. Médicos que trataram usuários de K2 também estão emitindo alertas.

"Minha primeira reação a um produto é, 'cuidado, comprador'", disse o diretor de toxicologia do Cardinal Glennon Children's Medical Center, Anthony Scalzo. "Você não sabe exatamente o que há no produto, as doses relativas no produto, e não há garantia de qualidade", explicou.

K2, definido pelo Centro de Venenos do Missouri como uma mistura de ervas e especiarias salpicada com uma substância psicoativa, é comparado à maconha porque o composto químico interage com o cérebro de forma semelhante à droga.

A despeito da advertência no rótulo contra a ingestão, fumar K2 tornou-se um modo popular de drogar-se e escapar da polícia. O produto é vendido pela internet e em lojas de conveniência por US$ 30 ou US$ 40 o pacote de 3 gramas.

Usuários, desde adolescentes a adultos na faixa dos 60 anos, queixam-se de sintomas como agitação, ansiedade, hipertensão, vômitos e, em alguns casos, paranoia severa e alucinações.

"Essas pessoas vão parar na emergência e estão extremamente agitadas", disse Scalzo. "Elas sentem como se o coração fosse pular para fora do peito".

Ele disse que complicações do uso de K2 eram consideradas raras um ano atrás, com 13 casos informados em todos os Estados Unidos. Mas neste ano o total já chega a 766.


REUTERS
Fonte: O Estadão

Governo avalia criar órgão para ampliar controle das polícias

Secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, defende criação de ouvidoria externa das polícias ligada ao governo federal



Na tentativa de ampliar o controle sobre as polícias brasileiras, o Ministério da Justiça avalia criar uma ouvidoria externa vinculada ao governo federal para fiscalizar as instituições. Idealizador do plano, o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, classifica os mecanismos atuais de investigação do trabalho policial como "comprometidos pelo corporativismo". Hoje, as polícias Civil e Militar possuem corregedorias internas, sob o comando dos próprios policiais. Os departamentos são responsáveis por apurar e punir condutas inadequadas.

 
O modelo de ouvidoria seria, segundo o secretário, semelhante ao adotado em países como Estados Unidos e Portugal - em ambos, o governo federal gerencia um órgão de controle nacional. Como a instalação exigiria modificações na Constituição, assessores da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) estudam alternativas para viabilizar o plano sob o ponto de vista jurídico. "Já temos o aval do governo para amadurecer a ideia e analisar a viabilidade, por meio de um estudo detalhado, principalmente por causa das leis estaduais e a Constituição", afirma Balestreri.

 
Na avaliação do chefe da Senasp, apesar dos avanços nos últimos anos, os atuais meios de controle policial estão comprometidos por estarem vinculados diretamente às corporações. "Por mais que as ouvidorias e corregedorias tenham passado por aprimoramentos depois da ditadura, ainda estão distantes do formato ideal. São internos, sem autonomia, comprometidas pelo corporativismo", diz Balestreri, no cargo desde junho, quando o então secretário Romeu Tuma Jr. foi exonerado depois de denúncias de ligação com o suposto chefe da máfia chinesa de São Paulo, Li Kwok Kwen.

 
Apesar de ser um defensor do modelo de polícia de ciclo completo - quando todas as instituições atuam em todas as frentes, do policiamento ostensivo à investigação de crimes -, o secretário quer a criação da ouvidoria federal antes, na estrutura de segurança pública atual. Na opinião dele, a unificação do trabalho policial, com o fim da divisão entre atividade ostensiva (Polícia Militar) e investigativa (Polícia Civil), depende de uma reestruturação mais completa. "Devemos pensar em unificar o trabalho policial, como em todos os outros países, mas acho que podemos criar uma corregedoria forte, em âmbito nacional, antes, neste modelo mesmo", afirma.

 
Aprovação


O plano da Senasp de um órgão externo é defendido por especialistas em segurança pública para minimizar a violência e a corrupção dentro das instituições. Para o membro do Conselho Nacional de Segurança Pública Marcos Rolim, mesmo a corregedoria da Polícia Militar, considerada avançada se comparada com a da Polícia Civil, mostra-se ineficaz. "As polícias civis nunca foram controladas por ninguém. As militares sempre tiveram um controle interno forte, por conta da hierarquia militar, da disciplina. No entanto, começa a se mostrar falho porque a própria cadeia está comprometida. Por isso, a necessidade de um órgão externo", diz.

 
De acordo com o pesquisador João Marcelo de Lima, integrante do Grupo de Estudos de Segurança Pública da Universidade Estadual Paulista (Gesp), nem o Ministério Público, órgão com poder para fiscalizar as instituições policiais, tem a disponibilidade necessária para o trabalho. "O MP não tem conseguido fazer esse controle por conta da demanda de trabalho, e as corregedorias internas agem por interesses próprios, corporativos ou do próprio policial. Ou seja, precisamos de um órgão fiscalizador externo eficaz", afirma.

 
Sem resistência

Receio da secretaria de Segurança Pública, a possível resistência dos policiais à ideia é minimizada por representantes da categoria - pelo menos enquanto a ouvidoria federal ainda é somente um plano. Maior entidade de policiais civis do País, com 15 mil filiados, a Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo considera positiva a proposta. De acordo com a vice-presidente da entidade, Lucy Lima Santos, um controle mais eficiente da atividade tende a valorizar o trabalho do policial.

 
"Tudo que for para melhorar a eficácia do trabalho da polícia é válido e positivo", diz. Questionada se haveria resistência pelo fato de o plano prever um órgão controlado pelo governo federal, a ex-investigadora diz não acreditar em movimentos contrários à iniciativa. "Nós já somos ligados a um governo (estadual). Não vejo problema de um outro governo (federal) exercer esse controle também."

 
A Associação dos Praças da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (Aspra-PM/RJ) também se diz favorável à ouvidoria externa. Contudo, defende que o órgão do governo federal fiscalize a instituição polícia, e não somente os policiais. De acordo com o presidente da entidade, Vanderlei Ribeiro, os trabalhos das corregedorias atuais se limitam a controlar os policias dos escalões mais baixos, sem interferir no trabalho de comandantes e delegados. "Não haveria resistência a um controle externo. No entanto, para evitar que o órgão repita os problemas das corregedorias atuais, deve controlar o alto escalão da polícia, que nunca é punido ou responsabilizado por nada", afirma.

 
 
Guilherme Mergen
 
Fonte: Site Terra