quarta-feira, 11 de maio de 2011

Delegados da Polícia Civil de Goiás querem ouvir as fitas da Operação 6º Mandamento

Qual seria a razão?



Integrantes da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO) da Câmara dos Deputados querem instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a ação de grupos de extermínio em todo o país. A ideia é motivada pelos resultados da Operação Sexto Mandamento, realizada pela Polícia Federal em 15 de fevereiro, quando 19 policiais militares goianos acabaram presos por supostamente participarem de um esquadrão da morte (leia Para saber mais).


Os crimes atribuídos a eles em Goiás e os dramas dos familiares das centenas de mortos e de 36 pessoas desaparecidas após abordagem policial foram denunciados na série de reportagem “Crimes de farda”, publicada pelo Correio nas sete edições da semana passada. Ela levou à convocação de uma audiência pública na CSPCCO na tarde de ontem. Ao fim da sessão, deputados manifestaram o desejo de uma CPI.


Autor do requerimento da audiência de ontem, o deputado Waldir Soares de Oliveira (PSDB-GO) também tomou a iniciativa de pedir a apuração contra os grupos de extermínio. “Começo amanhã a coleta de assinaturas”, anunciou. De imediato, ele recebeu o apoio de outros parlamentares presentes à audiência, como João Campos (PSDB-GO). Além de colegas de partidos, ambos trabalharam como delegados da Polícia Civil de Goiás.


Para João Campos, não há dúvidas do envolvimento de autoridades goianas com o esquadrão da morte investigado pela PF. “Grupo de extermínio formado por policiais só existe e se mantém porque tem a concordância, o apoio, a ordem de quem está em cima, no poder”, afirmou. Mas ele também disse haver mais policiais militares criminosos. “Esse grupo é muito maior. O que foi preso (19) é apenas uma amostragem dele”, garantiu.

Waldir de Oliveira também cobra punição às autoridades supostamente envolvidas com o grupo de extermínio goiano. “Apenas policiais estão presos. As autoridades envolvidas continuam a circular por Goiás em seus carrões importados, pagos com o dinheiro do contribuinte”, disparou. Lourival Mendes sugeriu aos colegas de comissão pedir cópias dos grampos telefônicos feitos pela PF. “Mas só uma CPI tem tal poder. Esse é mais um motivo para abrirmos uma. A sociedade tem que conhecer esses nomes”, destacou. Diálogos interceptados com autorização judicial mostram como os acusados matam suas vítimas, gostam de tal prática e a intimidade deles com autoridades.


Fonte: Correio Braziliense

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