quinta-feira, 15 de março de 2012

Crescimento da violência derruba secretário em Minas Gerais

O aumento da criminalidade em Minas em 2011, após sete anos de queda, derrubou nesta quinta-feira o secretário de Defesa Social, Lafayette Andrada, apurou a Folha. O substituído será o procurador de Justiça Rômulo Ferraz.



Andrada vinha enfrentando críticas de especialistas em segurança. Além de não ter conseguido conter o avanço da criminalidade, foi criticado por não ter divulgado números da violência durante todo o ano passado.

Os dados só foram divulgados no último dia 29, após ordem do governador Antonio Anastasia (PSDB). Dois dias depois, o governador foi para a Itália e, ao reassumir ontem o governo mineiro, promoveu a mudança.

Oficialmente, o governo mineiro informou, em nota, que "o governador solicitou ao secretário, deputado Lafayette Andrada [PSDB], que retorne à Assembleia Legislativa, onde exercerá [a] liderança [do governo]".

A criminalidade em 2011 aumentou consideravelmente em relação a 2010, caso dos homicídios: 22% em BH, 19% na região metropolitana e 16,3% no Estado.

Na média dos crimes violentos --que incluem homicídios, estupro, roubo, extorsão mediante sequestro, sequestro e cárcere privado--, o crescimento em 2011 foi de 14,5% na Grande BH.

Entre as críticas feitas à área da segurança, estão a estagnação dos programas sociais em morros e aglomerados e as dificuldades de relacionamento entre as polícias Civil e Militar.

Em 2003, na gestão Aécio Neves [atualmente senador pelo PSDB], teve início o processo de integração das polícias. Especialistas afirmam, contudo, que o desaparelhamento da Polícia Civil contribuiu para que a relação entre as polícias deteriorasse.

Aécio, padrinho político de Anastasia, entrou em cena com a crise na segurança.

Ele retornaria ontem de Washington (EUA), onde foi pedir R$ 150 milhões no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para investimento em projetos sociais na área da segurança.

"É bom dizer que Minas continua sendo dos Estados que mais investem em segurança. Mas reconhecemos que tivemos problemas nesse último ano. Houve um agravamento sobretudo dos crimes violentos e dos homicídios e é preciso que tenhamos uma ação ainda mais organizada, mais orquestrada e com mais recursos", afirmou Aécio, nos EUA, por meio da sua assessoria.


PAULO PEIXOTO
 
Fonte: Jornal a Folha

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