quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Começou!!!

Lojas fecham por mais segurança

Entidades do comércio de Rio Verde-GO lideraram ato para pedir reforço das polícias


Uma manifestação reivindicando melhorias na segurança pública foi realizada ontem em Rio Verde, Sudoeste do Estado. O comércio da cidade ficou fechado por duas horas. Proprietários baixaram as portas das lojas, entre as 13 e as 15 horas, em favor do movimento.

De acordo com a Polícia Militar (PM), cerca de 5 mil pessoas caminharam pela Avenida Presidente Vargas, com faixas, cartazes e camisetas, pedindo aumento do efetivo das Polícias Civil e Militar. Representantes do Ministério Público, além de outras 23 entidades, como Associação Comercial e Industrial de Rio Verde (Acirv) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), comandaram o movimento. De acordo com o promotor Mário Caixeta, um ofício foi entregue, por um representante do Ministério Público (MP) estadual, às 15h30 de ontem, no gabinete do governador Alcides Rodrigues. O documento, assinado por promotores e líderes de entidades de classe – além de reiterar uma ação civil pública homologada há cerca de um ano, apontando as necessidade de um maior número de veículos policiais, recursos humanos, computadores, algemas e coletes, entre outros – relata que o não-atendimento dos pedidos em 25 dias levará o município de Rio Verde a suspender os pagamentos de obrigações ao Estado, tais como aluguéis ao MP, delegacias, remuneração de servidores de delegacias e Fórum. “O Estado vem sendo omisso em suas responsabilidades e não podemos mais permitir isso”, afirma o promotor.

Segundo dados da PM, este ano ocorreram 180 assaltos no município. Para se ter ideia, o número é bem superior ao registrado em 2007 – 57 assaltos. “Há dois anos, quase não aconteciam assaltos com armas de fogo por aqui e, hoje, está ficando habitual”, diz o presidente da Acirv, Ângelo Landim.

Na contramão do aumento na criminalidade, o número de policiais militares e civis vem diminuindo. Hoje, a PM conta com 120 policiais, um para cada 1,3 mil habitantes, enquanto a Polícia Civil dispõe de um agente para cada 6,7 mil habitantes. O comerciante Eduardo Medeiros afirma saber o resultado dessa falta de estrutura. Ele diz que somente este ano foi assaltado duas vezes. “Tenho 21 anos de comércio e nunca tinha me acontecido isso.”

De acordo com o presidente da Acirv, não houve nenhuma dificuldade em reunir os comerciantes na manifestação. Em toda a avenida, somente duas lojas não fecharam. Mas, esses comerciantes acataram o pedido da organização do evento e, no momento da passeata, fecharam seus estabelecimentos.

Após caminharem por cerca de 2,5 quilômetros, os participantes finalizaram o ato na Praça da Matriz. Foram feitos discursos curtos, porém afinados. “Não estamos mendigando nada. Tudo o que queremos é que o Estado cumpra suas responsabilidades. Não podemos mais escutar que ele (Estado) está quebrado. Pagamos nossos impostos, pelo jeito até duas vezes”, citou a promotora Karina D’abruzzo.

Karina Ribeiro
de Rio Verde

Fonte: Jornal O Popular (19/08/09)

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