segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Operação Alemão

 

Estratégia

A estratégia para invasão das 13 favelas do Complexo do Alemão, um ano e meio antes do previsto, foi decidida em quatro horas de reunião no 22º BPM (Maré), na manhã e tarde de sábado. Para traçar o plano de ocupação, o coronel Álvaro Garcia, chefe operacional do Estado-Maior da Polícia Militar, convocou 16 comandantes de batalhões e três unidades especiais da PM, entre elas o Bope. Na ocasião, foi decidido que, a partir das 18h de sábado, a PM tomaria conta de 58 acessos aos complexos do Alemão e da Penha. Em cada ponto, uma viatura e dois PMs.

"Nessa reunião tratamos de topografia, comunicação, local para prisões, apreensões, socorro médico e toda a infraestrutura necessária", explicou Garcia. A ofensiva foi programada para 8h de ontem. Para isso, às 6h, o ponto de encontro foi o 41º BPM (Irajá). Para que não houvesse reação dos bandidos de cima de lajes, helicópteros faziam voos rasantes. Enquanto isso, equipes de policiais civis, militares e federais, além de fuzileiros navais, entravam nas vielas das favelas. Na retaguarda, ficaram ainda policiais militares e 800 homens do Exército.

"Fizemos um cerco amplo, depois um restrito, para empurramos os criminosos para um único local, sem alternativa de fuga", explicou o comandante do Bope, tenente-coronel Paulo Henrique Moraes.

Outra preocupação foi a de que os bandidos tentassem retornar do Alemão para o Complexo da Penha. Para impedir, 40 PMs ficaram posicionados na localidade da Vacaria, que fica na divisa da Vila Cruzeiro e o alto da Fazendinha. Na Penha, havia 80 homens do Batalhão de Choque. Hoje, o cerco aos 58 acessos dos dois conjuntos de favelas será por 24 viaturas da Polícia Civil e 34 carros da PM. "O Alemão era nosso principal alvo porque era de lá que partiam as ordens para os ataques em todo o estado", explicou Garcia.

Resultados

Segundo o relações públicas da Polícia Militar, coronel Lima Castro, a quantidade de armas e drogas apreendidas foi a maior da história do Rio: pelo menos 48 toneladas de maconha, 300 quilos de cocaína e 107 armas, sendo 57 fuzil e 16 metralhadoras ponto 30. Vinte sete pessoas foram presas.

A Delegacia de Combate à Drogas (Dcod) encontrou nove metralhadoras ponto 30 embaladas em sacos plásticos, que seriam enterradas pelos traficantes. Mais de 50 coletes à prova de balas foram achados.

Numa casa, o Bope apreendeu 15 fuzis. O 6º BPM (Tijuca) encontrou cinco fuzis e duas submetralhadoras na Fazendinha. Mais de dez toneladas de maconha foram localizadas numa casa na Grota. Onze quilos da droga estavam enterrados no pátio de um colégio estadual na Nova Brasília. Com o apoio de cães farejadores, a Polícia Federal encontrou uma tonelada de maconha, 50 quilos de cocaína, oito fuzis, nove pistolas, 3 mil cápsulas e R$ 39 mil.

 

Fonte: Noticias Terra

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