segunda-feira, 24 de junho de 2013

80 X 800

A Final do Jogo


No próximo domingo (30/06), acontecerá a final da Copa das Confederações no Rio de Janeiro.

Todas as entradas para o clássico Brasil X Espanha já foram vendidas, será o maior evento esportivo do ano organizado pela FIFA.

Centenas de patrocinadores apostaram nesse evento. Televisões e rádios do mundo inteiro vão retransmitir o jogo dos jogos, essa partida deve antecipar a final da Copa do Mundo de 2014.

No campo da segurança o evento será um sucesso. Oitenta mil torcedores irão deslocar, adentrar e assistir o melhor jogo no melhor estádio. Sem problemas e sem violência, padrão FIFA.

O novo Estádio Jornalista Mário Rodrigues Filho, popularmente conhecido como Maracanã (chocalho, em tupi-guarani) será o local dessa partida histórica.

O nome Maracanã é uma homenagem ao rio com o mesmo nome que corta o Bairro da Tijuca, passa pela região do Estádio e deságua na Baia da Guanabara.

Esse rio havia sido batizado de Maracanã pelos Índios Puris (nadadores, em tupi-guarani), que viviam da pesca no litoral carioca antes do "descobrimento".

Os índios observaram que viviam nas margens desse rio milhares de araras da espécie maracanã-guaçu, oriundas da região norte, e que elas faziam um barulho ensurdecedor parecido com chocalhos.

Os Puris eram descendentes dos Botocudos (bocas grandes, em tupi-guarani). Com a chegada dos Portugueses eles fugiram do litoral para não serem escravizados, subiram para as frias serras fluminenses (daí também serem conhecidos posteriormente como arrepiados).

Com a fuga dos Puris a região foi ocupada pelos Goitacás (corredores, em tupi-guarani). Violentos ao extremo, eles matavam e comiam seus inimigos, inclusive Portugueses. Os Puris chamavam os Goiatacás de Tapuias (bárbaros, em tupi-guarani).

Os Goitacases ocuparam uma vasta área no Rio de Janeiro, conhecida por Campos dos Goitacases ou simplesmente Campos, hoje em dia.

Adoro essas coincidências histórico-etimológicas, mas vamos voltar aos descendentes do bárbaro povo brasileiro.

No próximo domingo vai ocorrer um encontro entre os nativos e os exploradores. As cores verde e amarelo no interior do Maracanã lembrarão as araras, mas será o barulho do lado de fora que lembrarão os guerreiros.

Esse povo mal mal educado que vaia sua chefe, queima seus palácios, quebra suas ruas e enfrenta sem armas a polícia, vão infernizar as autoridades brasileiras e constranger a FIFA.

Ao vivo e a cores, alguns em 3-D, assistirão 800 mil pessoas manifestando do lado de fora do Maracanã.

Querem mudar tudo e já. Não querem Copa, não querem eleições, não querem partidos e muito menos excelências.

Querem dignidade para viver, casa para morar, transporte para andar, comida para comer, trabalho para trabalhar, segurança para dormir, hospital para salvar e médico para curar...

Chegou a hora dos arrepiados, bocudos e bárbaros povos que se dizem brasileiros assumirem sua terra,  cansaram de fugir dos invasores.

Domingo é o dia, o Maracanã é o lugar e a final da Copa é o evento.

Nessa data as margens do hino nacional não serão tão plácidas, o chão vai tremer e autoridades vão cair.

Dessa forma, seria inteligente e estratégico mudar o jogo de local.

Quem sabe para outra cidade brasileira onde os Estádios são novos, os Hospitais são velhos, as Escolas em pedaços, a Polícia violenta e as Autoridades ricas. Milhares são as opções.


Concluindo, não existe segurança para uma manifestação desse tamanho.

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