sábado, 5 de março de 2011

Polícia Federal importa 40 cachorros

Copa e Olimpíada


 
Guiado por Santana, Duko cheira freneticamente o carro à sua frente e para assim que fareja o explosivo. Sentado, cabeça imóvel, balança o rabo até receber a recompensa: um tubo de pano, brinquedo predileto dos cães da PF.

Duko, 2, faz busca por explosivos em simulação na Polícia Federal, em Brasília
Duko, 2, faz busca por explosivos em simulação na Polícia Federal, em Brasília

Marcelo Camargo/Folhapress


Esse é o "métier" dos 30 cães da Polícia Federal, que se dividem entre farejadores de drogas e de explosivos.

 
Duko é da leva comprada pelo governo de olho na Copa-2014 e na Rio-2016.

 
Em 2011, 40 cães devem ser trazidos de EUA e Europa, ao custo médio de US$ 6.000 (quase R$ 9.900) cada um.

 
Até 2014, a PF quer treinar e distribuir pelo país 120 farejadores de drogas e 80 de explosivos. Em média, os cães trabalham durante sete ou oito anos.

 
A matilha federal foi reforçada com quatro animais na semana passada. Uma nova missão do governo brasileiro está nos EUA, visitando canis especializados em animais para polícias, com o objetivo de trazer outros dez cães.

 
Quando chegam ao Brasil, com idades entre um e dois anos, os cães passam por um pré-treinamento. Em dois meses, passam por um novo treinamento, dessa vez ao lado do policial que será responsável pelo cachorro.

 
Entre os pré-requisitos, os animais devem ser fortes, com disposição para trabalhar e dóceis. "Não pode ser um cão agressivo, porque ele trabalha no meio das pessoas. É muito diferente do cachorro da Polícia Militar, que trabalha com contenção", declarou Santana, policial do canil, localizado em Brasília.

 
A pré-disposição a doenças também é afastada. O cão passa até por raio-X.

 
Segundo Santana, os pré-requisitos fazem com que o aproveitamento de uma ninhada comum seja pequeno e compense comprar cachorros selecionados no exterior.

 
O adestramento é feito em língua estrangeira. O alemão é usado com frequência. Assim, evita-se que um cachorro muito obediente atenda comandos de qualquer um.

 
O treinamento consiste em associar o brinquedo de pano com o cheiro de explosivo ou de drogas. O tubo de pano é posto ao lado desses alvos até que o cachorro associe um ao outro. Os cães aprendem a farejar pessoas, algo incomum em outros países.

 
Santana diz que, quando a varredura não acha bombas ou drogas, os policiais escondem amostras dos itens em outro local, para que o cão ganhe a recompensa.

 
Não há diferença de habilidade entre machos e fêmeas, mas um detalhe. "A fêmea no cio trabalha muito bem, mas o macho pode querer não trabalhar", conta o policial.

  
JOHANNA NUBLAT


Fonte: Folha de São Paulo

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