quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Construtora de Brasília lavava dinheiro do tráfico de drogas

Dinheiro do tráfico


A Polícia Civil do Rio apresentou nesta quinta-feira os seis empresários presos suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas. De acordo com a polícia, eles financiavam o transporte de drogas do Paraguai para os chefes do tráfico no Rio, São Paulo e outros Estados do Nordeste.

 
Os empresários são ligados ao ramo da construção civil e de seguros. Segundo a polícia, o grupo tinha ramificações em três Estados --eles foram presos ontem em Brasília, Mato Grosso do Sul e São Paulo durante a Operação Sem Fronteiras.

 
Em Brasília, todo o prédio da construtora Confel foi revistado por agentes. Os irmãos Daniel e Estevão Vieira Dias foram presos, mas um terceiro integrante, que atuava no Distrito Federal, permanece foragido.

 
Em São Paulo, a operação resultou nas prisões de Luciano Sacramento dos Santos e Raphael Souza Antunes, este último apontado pelo delegado como o principal fornecedor de drogas das facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital), em São Paulo, e do Comando Vermelho, no Rio.

 
Ludwig Max Rockel e José Ricardo Reis foram presos em Ponta Porã (MS), na fronteira com o Paraguai. Havia ainda uma mandado de prisão expedido contra Thiago Oliveira Vaz, que já estava preso em Campo Grande por outro crime.

 
ESQUEMA

 
Segundo o delegado Felipe Curi, que chefiou a operação, as investigações começaram a partir do levantamento da movimentação financeira de traficantes presos em janeiro deste ano com uma tonelada de maconha na favela da Grota, no complexo de favelas de Manguinhos, zona norte do Rio.

 
Na ocasião, a polícia encontrou uma agenda que detalhava movimentações financeiras entre maio de 2009 e janeiro de 2010. De acordo com Curi, só na favela de Varginha, em Manguinhos, os traficantes movimentaram quase R$ 17 milhões em oito meses.

 
De acordo com a polícia, Rockel e Reis eram responsáveis por comprar a droga no Paraguai, que entrava no Brasil por Ponta Porã. Santos comprava os carros que seriam utilizados para distribuí-la em comunidades de São Paulo e do Rio, e o dinheiro obtido com a venda era lavado pela construtora Confel. A polícia diz que Antunes era o mentor do esquema.

 
"O objetivo da polícia civil é, agora, seguir o dinheiro desses elementos. Ou seja, onde esse empresários, construtores que eram da alta sociedade, guardam o dinheiro auferido com a venda de droga", disse Curi.

 
A reportagem não conseguiu localizar os advogados dos irmãos Dias e de Santos, Antunes, Rockel, Reis e Vaz.


Fonte: Folha de São Paulo

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